Marido é preso suspeito de matar esposa asfixiada em Itaúna
Santana FM, com informações da Polícia Civil/ G1/ O Tempo
A hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte, contra a professora Denia Alves Rodrigues, de 48 anos, encontrada dentro do próprio carro, às margens da MG-050, em Itaúna pode ter sido montada pelo marido da vítima, um empresário de 51 anos, que acabou preso nesta quarta-feira 30/11.
Na manhã desta quinta-feira (1º), o delegado responsável pelo caso, Diego Almeida Lopes Mendonça, afirmou que, além de mandante, o suspeito pode ter participado do homicídio.
Encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos, o homem, dono de um motel na cidade, entrou em contradições, não detalhadas pelo delegado, e negou o crime. “Acreditamos que a morte da Denia tenha sido premeditada, uma vez que ele fez questão de passar em vários lugares para ser visto e estava na companhia do filho mais novo, um adolescente de 17 anos.Tudo na intenção de criar álibis”, contou o delegado.
Na primeira versão apresentada à Polícia Militar, o homem contou que saiu de casa, localizada no bairro Belvedere, na noite de terça-feira, para ir a um clube e deixou a mulher se arrumando para ir à academia.
Ao passar pela porta da residência horas depois, ele percebeu que o veículo da família não estava na garagem. Porém, foi para o motel com o filho e, ao retornar ao imóvel, uma hora depois, já encontrou a porta da sala aberta, algumas gavetas reviradas e sentiu falta do cofre, que continha o valor de R$ 20 mil.
“Ele realmente foi ao clube com o filho, mas ao chegar lá disse ao garoto que tinha esquecido o celular em casa e voltou para pegá-lo. No entanto, o suspeito ficou quase duas horas ausente do espaço de lazer. Na delegacia, ele afirmou que, ao chegar no imóvel, a companheira pediu que ele fosse à padaria comprar pães”, contou Mendonça.
Ainda na versão do empresário, ele voltou com o alimento, entregou à mulher e retornou para o clube. Imagens das câmeras de segurança da casa mostram que o homem ficou 19 minutos dentro da residência. Em seguida, saiu de carro. Cerca de 30 minutos depois, os equipamentos registraram a saída da Saveiro, onde Denia estava. “Nesse meio tempo ninguém chega ou sai da residência. Acreditamos que a pessoa tenha chegado com o marido da vítima e depois saiu dirigindo o veículo, encontrado no dia seguinte já com o corpo da professora”, contou.
O suspeito foi até a delegacia e não demonstrou nenhum tipo de preocupação, segundo o delegado. “Ele já sabia que ela estava morta na rodovia e fingiu não saber de nada. Diante das evidências de participação ele foi preso em flagrante”, disse.
Brigas Constantes
Desde que o corpo da professora foi encontrado nessa quarta-feira (30), dez pessoas, entre elas os dois filhos do casal, outros familiares e amigos foram ouvidos. Alguns disseram que o relacionamento era marcado por traições por parte do suspeito, o que gerou várias brigas entre ele e Denia.
O delegado informou também que ouviu uma mulher que diz ser amante do suspeito. Em depoimento, ela relatou que os dois iam se casar em janeiro de 2017. “Isso leva a crer que o crime tenha sido cometido para evitar partilha de bens, por exemplo. Reforço que o caso precisa de mais investigações e a história pode ser alterada. Até o momento se tratam de informações colhidas nesta quarta-feira, ou seja, não é uma posição conclusiva. As investigações continuam”, estamos no começo da apuração”, se limitou a dizer.
Diretora foi baleada após ser morta por asfixia
Exames preliminares da perícia apontaram que Denia, diretora de uma escola no município, foi morta por asfixia dentro de casa. Ainda conforme o delegado, no espaço não haviam manchas de sangue, mas a mulher também apresentava uma perfuração na cabeça, que pode ter sido causada no local em que ela foi abandonada com o carro, próximo à fazenda Serra Verde.
Após prestar depoimento, o suspeito foi encaminhado ao presídio da cidade. A princípio, ele responderá por homicídio qualificado, devido à asfixia, e por feminicídio. O comparsa de Rodrigues ainda não foi identificado pela polícia.
Entenda o Caso
O corpo da mulher foi encontrado na manhã de quarta-feira (30). Na ocasião o marido disse em depoimento que ao chegar em casa, na terça-feira (29), sentiu falta do veículo e de um cofre. Ele percebeu também que a esposa estava desaparecida desde às 20h. Chamou a PM e a mulher passou a ser procurada como um possível sequestro. O delegado suspeita que tudo tenha sido simulação.
A polícia fez buscas e o corpo foi encontrado no carro após uma pessoa que passava pelo local ligar para a Polícia Civil. A perícia foi até o local para analisar a cena do crime. Foi constatado um disparo na cabeça.
Uma denúncia anônima informou que o suspeito possuía uma arma de fogo. Durante buscas em uma empresa que pertence a ele, um revólver sem documentação foi apreendido.
“Ele não tinha nos contato dessa arma, mas mesmo assim ainda não dá pra afirmar se foi ou não a arma usada no crime. Isso só o laudo pericial é que poderá apontar”, acrescentou o delegado.
Professora e Diretora
A secretária de Educação e Cultura municipal, Maria Virgínia Morais Garcia que estava em Brasília adiantou a viagem, quando uma outra professora ligou e disse que o corpo de Denia foi encontrado após a casa dela ser roubada.
Segundo ela, a vítima lecionava há aproximadamente 28 anos e, desde 2013, estava na direção da Escola Municipal João Luís de Souza, localizada na Barragem, que atende cem alunos da pré-escola e ensino fundamental.
A secretária disse que conhece, a Denia há 26 anos, que ala era uma profissional excelente, dedicada à profissão. “Uma grande perda”.
Por meio de nota, a prefeitura lamentou o caso e decretou luto de três dias. Procurada pela reportagem a filha da vítima se limitou a dizer que a família não vai comentar o caso.