As redes sociais estão cheias de notícias falsas e mentiras envolvendo as ações de ajuda à população do Rio Grande do Sul. São as teorias mais absurdas possíveis, que atrapalham o trabalho dos servidores e voluntários, mas que circulam e ganham credibilidade entre os usuários.
Já se falou de superlotação em postos médicos, de fechamento de clínicas de atendimento a vítimas, doações retidas e destruídas. Tudo mentira. Já foram desmentidas, mas ainda causam confusão entre quem recebe.
Nesta quarta-feira 15/5, a Advocacia-Geral da União notificou o TikTok, X (antigo Twitter) e Kwai para que publicações falsas sobre a entrega de cestas de alimentos no Rio Grande do Sul sejam apagadas no máximo em 24 horas.
O professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Rodrigo Ratier, explica que as pessoas acreditam nas fake news por que o conteúdo falso está alinhado com o que pensam.
“A gente pode arriscar dizer que as pessoas acreditam porque querem acreditar. As notícias falsas e a desinformação trabalham muito mais numa chave emocional do que racional. Então, o conteúdo é produzido pra se moldar as categorias de pensamento de uma parte do público, pra reforçar essa visão de mundo e tentar conquistar outras pessoas nessa onda”.
O pesquisador do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Barros, diz que essa desinformação pode desmotivar as doações.
“A gente entende que, às vezes, as pessoas querem passar adiante uma coisa que elas acharam que é alarmante, que todo mundo precisa saber. Mas vale a pena você verificar, porque não é bonito estar sempre equivocado. Às vezes a mesma fonte está te passando informações falsas? Repense, verifique, porque, além de não ser legal, é grave”.
O governo gaúcho criou uma página de combate à desinformação no site sosenchentes.rs.gov.br.
*Com informações Rádio Agencia Nacional