Alckmin pede adiamento do leilão do metrô de BH

20/12/2022 | Minas Gerais

Alckmin alega que o leilão vai impactar toda a sociedade –  Foto Wagner Pires / Estadão Conteúdo

 

 

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) enviou ofício ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes, solicitando o adiamento do leilão que envolve a privatização da estatal CBTU Minas e a concessão do metrô de Belo Horizonte, marcado para quinta-feira (22).

 

No ofício, Alckmin, que também é coordenador da transição de Lula (PT), diz que o leilão terá impacto em toda a sociedade e que os próximos passos do processo serão tocados pelo governo eleito.

 

Nesse sentido, ele argumenta que a avaliação final sobre o leilão também deve ser feita pela futura gestão, “sob pena de risco da segurança jurídica e do interesse público, com potencial significativo de prejuízo para o serviço público e para os potenciais interessados”.

 

A solicitação colocou o governo Romeu Zema (Novo) em alerta. O projeto associa a venda da CBTU à concessão dos serviços do metrô de Belo Horizonte. Caso a alienação não aconteça, o processo terá de ser interrompido. Mais cedo, durante coletiva de imprensa sobre o balanço do seu primeiro mandato, o chefe do Executivo mineiro criticou as medidas adotadas pelo governo de transição e pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG) para travar o leilão.

 

“Me parece que tem gente tentando evitar que aconteça. Está tendo aí uma disputa judicial. Mas, estamos confiantes que nesta quinta-feira, dia 22, lá na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), o leilão seja realizado com êxito”, disse.

 

Fernando Marcato, secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, diz que Guedes não pode suspender o processo sem anuência do Governo de Minas Gerais, pois isso poderia gerar a responsabilização dele.

 

“É uma das três principais obra do estado e não fomos chamados em nenhum momento pela transição para discuti-la. Pelo contrário, nós procuramos a transição, que nos disse que não haveria pedido de suspensão. Esse ofício vai contrariamente ao que foi discutido”, diz Marcato.

 

“A gente espera que o leilão seja mantido. Se não quiserem assinar o contrato em fevereiro ou março, não assinam. Mas se o leilão não sair, o dinheiro reservado volta para o caixa. Vale lembrar que parte desse dinheiro faz parte de uma multa de compensação paga pela Ferrovia Centro-Atlântica por ter abandonado ferrovias em Minas Gerais. Se não acontecer o leilão, os valores podem nem ser aplicados em Minas Gerais”, completa.

 

O argumento de Marcato é de que recursos destinados a obras do metrô se encontram alocados nos orçamentos e depositados em conta dos governos federal e estadual. Caso não aconteça o leilão, esses valores podem ser destinados a outras finalidades a partir do ano que vem.

 

Em ofício enviado nesta terça (20) a Alckmin, Zema e Marcato dizem se tratar de projeto destinado a requalificar e ampliar os serviços do metrô da capital mineira.

 

Eles afirmam que, atualmente, a CBTU presta os serviços de transporte “em regime precário, sem formalização do contrato de concessão para as regiões metropolitanas atendidas”.

 

Zema e Marcato também acenam com a possibilidade de transferir de volta à CBTU até a assinatura do contrato os funcionários públicos que recentemente foram realocados.

 

Greve

 

A categoria dos metroviários de Minas Gerais está de greve desde a última quarta-feira (14/12) contra o leilão do metrô da Grande BH. O receio do Sindimetro/MG é que haja demissão em massa com a privatização. Atualmente, cerca de 1,6 mil pessoas trabalham na unidade da CBTU em Minas.

 

Por O Tempo/FolhaPress

 

 

 

 

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