Inicialmente a unidade de Itaúna contava com cerca de dez funcionários – Foto Bruno Freitas / Viu Itaúna
Inaugurada em dezembro de 2021 na Rua Silva Jardim, a lojas Americanas anunciou nesta terça-feira 11/6, que está encerrando suas atividades na cidade. O sonho da população itaunense em ter uma loja da rede na cidade durou menos de três anos.
Em nota divulgada, a rede afirma que o processo faz parte do “curso normal do varejo”, somado ao plano de transformação da companhia. Acrescenta, prevê ajustes imediatos e de curto e médio prazos com foco na rentabilidade e otimização do negócio. O número de funcionários demitidos não foi informado.
De acordo com a assessoria da Americanas, uma realocação de funcionários é avaliada considerando a capacidade operacional de outras lojas próximas, que seguem operando.
Inicialmente a unidade de Itaúna contava com cerca de dez funcionários. O site da varejista aponta outras três lojas próximas à cidade: duas em Divinópolis e uma em Pará de Minas.
Rombo bilionário nas Americanas
A Americanas SA, marca-mãe, é dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime, Hortifruti e Grupo Uni.Co. Elas são responsáveis por marcas variadas que realizam vendas a varejo e por meio da internet. B2W e Americanas.com não existem desde 2022.
Somente em novembro do ano passado, com a revisão dos dados financeiros e divulgação dos balanços de 2022, chegou-se ao montante exato do rombo R$ 25,2 bilhões. No processo que discute a recuperação fiscal, foram declaradas dívidas que somam R$ 42,5 bilhões. Ao todo, são mais de 9 mil credores entre pessoas físicas e jurídicas.
Quatro bancos – Bradesco, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Santander – respondem por mais de 35% da dívida. Em novembro do ano passado, a Americanas fechou um acordo com essas instituições financeiras.
A negociação abriu o caminho para destravar o plano de recuperação judicial. Ficou acertado que a Americanas receberia um incremento de capital de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões pelos seus acionistas de referência (Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles) e outros R$ 12 bilhões dos próprios bancos, mediante conversão de dívidas em ações.
Plano de recuperação judicial
Em fevereiro de 2024 o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) homologou o plano de recuperação judicial da Americanas.
A decisão iniciou um novo capítulo no processo aberto no início de 2023, após a descoberta de inconsistências contábeis que indicavam um rombo bilionário na empresa, que chegou a ser a quarta maior varejista do país, e levaram o então presidente da empresa, Sérgio Rial, e o então diretor de Relações com Investidores, André Covre, a pedir demissão.
Na época, as ações da Americanas cotadas na Bolsa de Valores sofreram uma desvalorização imediata de mais de 70%. Em seu auge a rede varejista chegou a ter mais de 1.800 lojas e 60 mil itens em estoque, em 800 municípios do Brasil. Atualmente, segundo sua assessoria de imprensa, possui 1.600 lojas.
Nota divulgada pela Americanas
“A americanas informa que o processo de abertura e fechamento de lojas faz parte do curso normal do varejo somado ao plano de transformação da companhia, que prevê ajustes imediatos e de curto e médio prazos com foco na rentabilidade e otimização do negócio.
A realocação do time está sendo avaliada de acordo com a capacidade operacional das lojas próximas, que seguem operando normalmente, e disponibilidade dos profissionais.
Acompanhia reforça que o fechamento não impacta os consumidores, que ainda podem adquirir produtos e serviços nas mais de 130 unidades em minas gerais, além do site e app da marca”.
*Com informações Viu Itaúna / Assessoria Americanas