Anunciado acordo UE-Mercosul, depois de 25 anos de tentativas

6/12/2024 | Brasil

Negociações foram concluídas após 25 anos e muitas idas e vindas – Foto Mariana Greif / Reuters

 

O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia foi anunciado nesta sexta-feira 6/12, por líderes do bloco sul-americano e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

 

Apesar da expectativa pelo anúncio, que ocorre 25 anos após o início das negociações, o acordo ainda não possui nenhum efeito prático e imediato, e pode demorar até ser implementado.

 

Em nota, a União Europeia disse que o fim das negociações sobre os termos anunciados nesta sexta constitui apenas o “primeiro passo em direção à conclusão do acordo”.

 

Agora, o texto precisa seguir um longo caminho de validação nos dois blocos econômicos, e ainda corre o risco de ser reprovado na União Europeia, tendo em vista as manifestações contrárias de alguns governos europeus.

 

Quais são os próximos passos

 

Após o anúncio, os próximos passos na conclusão do acordo são:

 

  • Revisão legal do texto;

 

  • Tradução do texto para a língua inglesa, para todas as 23 línguas oficiais da União Europeia e para as duas línguas oficiais do Mercosul (português e espanhol);

 

  • Assinatura dos líderes dos dois blocos;

 

  • Encaminhamento do acordo para aprovação interna dos membros dos dois grupos — e, nesta etapa, o texto precisa passar pela aprovação do Conselho da União Europeia, possivelmente a etapa mais difícil em todo o trâmite;

 

  • Conclusão dos trâmites de aprovação e ratificação das partes do compromisso em cumprir o acordo;

 

  • Só, então, o acordo entre em vigor.

 

Os blocos não apresentaram nenhum prazo para a conclusão de cada uma dessas etapas. O governo federal afirma que o acordo produzirá efeitos jurídicos no primeiro dia do mês seguinte à notificação da conclusão dos trâmites internos.

 

A aprovação interna pelos blocos segue caminhos diferentes em cada um dos blocos. No Mercosul, os parlamentos de cada um dos cinco países-membros — Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia — precisa analisar e aprovar o texto.

 

Já na UE, a aprovação passa pelo Conselho da União Europeia e pelo Parlamento Europeu (que reúne todos os países do grupo). Essa pode ser a etapa mais desafiadora, de acordo com especialistas, porque depende do consenso da maioria qualificada do bloco.

 

Para isso, o acordo precisa ser aprovado por, pelo menos, 55% dos países que compõem o grupo. Porém, esses 55% precisam responder por, no mínimo, 65% da população total da UE.

 

Há um receio de que a França, país que tem protestado contra o acordo, consiga reunir outros países com grandes populações para barrar o acordo. Para isso, basta que países que respondam por 35% da população do bloco concordem com o governo francês.

 

*Com informações G1  

 

 

 

 

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