ArcelorMittal cancela expansão de usina em MG e investirá no ES

9/02/2025 | Minas Gerais

Investimento inicialmente, poderia chegar a US$ 800 milhões – Foto Copyrigth Bruno Guimarães

 

 

A ArcelorMittal informou que o plano de ampliação da usina de João Monlevade, na região Central de Minas Gerais, foi cancelado de maneira definitiva. A unidade, conforme a organização, terá como foco prioritário atividades de modernização e inovação para elevar a competitividade do atual parque industrial, segundo nota à imprensa.

 

Em contrapartida, a ArcelorMittal anunciou um aporte que pode chegar a R$ 4 bilhões na Usina de Tubarão, no Espírito Santo, nas linhas de laminação e revestimento. A paralisação na usina de João Monlevade já havia sido feita em setembro de 2024, em função do alto volume de importações de aço, sobretudo chinês.

 

“Em linha com a estratégia da empresa de ampliar o fornecimento de produtos de alto valor agregado, o Laminador 3, que era parte do projeto, já havia sido entregue e entrado em operação em 2022, duplicando a capacidade de produção de laminados da planta. Outros investimentos realizados na unidade, como obras de construção civil, também já resultaram em melhor infraestrutura e segurança”, informou a companhia em nota.

 

De acordo com a ArcelorMittal, a unidade de João Monlevade permanece como fundamental para o negócio da empresa no Brasil. O tratamento prioritário, conforme a empresa, se dá pela capacidade de produção de fio-máquina para aplicações especiais. “Sendo a única no país a produzir steel cord voltado para o mercado automobilístico”, salientou.

 

O cancelamento do plano de ampliação da unidade na região Central de Minas não afeta os outros investimentos em curso no Brasil nem o atual patamar de operação e produção da usina, informou a empresa. “Importante destacar que o Brasil continua sendo uma das prioridades da ArcelorMittal tanto pelo potencial de aumento do consumo de aço no médio e longo prazo quanto pelo desempenho destacado da operação brasileira, considerada referência no Grupo”, destacou.

 

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal) lamentou a decisão de cancelamento da ampliação pela ArcelorMittal. O presidente da entidade, Flávio Cordeiro de Paiva, se reuniu com representantes da empresa e cobrou que os investimentos prometidos “assegurem melhores condições de segurança e trabalho para os empregados da unidade”.

 

Investimento capixaba

 

No Espírito Santo, os planos para a Unidade de Tubarão devem resultar em um aporte entre R$ 3,8 bilhões e R$ 4 bilhões. “O projeto de uma nova linha de laminação e outra de revestimento será um dos mais relevantes do grupo e se soma ao plano estratégico da empresa no Brasil, que prevê investimentos totais de R$ 25 bilhões entre 2022 e 2028”, disse a empresa.

 

Em nota, a ArcelorMittal informou que os estudos de viabilidade técnica foram concluídos e o projeto passará, ainda, por trâmites internos de aprovação. “A expectativa é que a construção dure cerca de três anos após esta fase de aprovação”, projetou a companhia.

 

Segundo a empresa, a nova linha contará com tecnologias avançadas, incluindo um Laminador de Tiras a Frio (LTF) e uma linha de Revestimento Contínuo, que permitirão à unidade expandir sua cadeia de produção e oferecer produtos com maior valor agregado.

 

“O projeto da Unidade de Tubarão é mais do que um investimento; é um marco que reforça nosso compromisso com o futuro e com o desenvolvimento do Espírito Santo e do Brasil. Ele fortalecerá nossa presença em mercados de alto valor, como os setores automotivo, de eletrodomésticos e construção civil, ao mesmo tempo que aproxima nossa produção das demandas do consumidor final”, afirmou Jorge Oliveira, CEO da ArcelorMittal Aços Planos América Latina.

 

Durante o pico da construção serão criadas cerca de 2.500 vagas de emprego. Quando entrar em operação, a nova linha demandará aproximadamente 450 profissionais, segundo a ArcelorMittal.

 

*Com informações O Tempo 

 

 

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