A autorização da venda de 75% ações foi realizada para o “Galo Holding”, liderada pelos 4 R’s (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador). Os outros 25% da SAF seguem com a associação. A aprovação dessa venda veio três minutos depois da primeira aprovação.
O grupo dos quatro investidores, que atualmente já participa da administração do clube, propôs um aporte de R$ 600 milhões, além de amortizar 100% dos empréstimos realizados pela família Menin e Ricardo Guimarães (no total de R$ 313 milhões), além de repasse da dívida total da associação (R$ 1,8 bilhão) para a SAF quitar. O Centro de Treinamento e a Arena MRV serão transferidos para a SAF.
A Galo Holding é formada por três grupos:
- O primeiro pertencerá aos chamados 4 R’s, que deterão cerca de 78% da holding.
- O restante é dividido em 11% para um fundo de investimento privado
- 11% para o “FIGA”, também um fundo de investimento que irá alocar a participação de torcedores alvinegros, como, por exemplo, o empresário Marcelo Patrus.
Os clubes sociais Vila Olímpica e Labareda, o casarão da Pampulha e o prédio da sede administrativa no bairro Lourdes, permanecem com a associação, que, detentora de 25%, terá 1/4 da propriedade do estádio e da Cidade do Galo.
Atlético, maior do mundo
Um dos investidores da SAF, o empresário Rubens Menin, finalizou seu discurso em coletiva com declarações ambiciosas. Ele disse que o Galo será “um time grande”, com ambição de ser o maior do mundo, citando que Real Madrid e Flamengo.
– Não queremos levar vantagem. Vamos é aumentar a responsabilidade a partir de agora. A coisa, feita com o profissionalismo que está sendo feita, o Atlético vai ser um time grande. Não tem nada fácil. Tudo é muito difícil. Mas vai ser um time grande. A gente tirando esses juros da dívida, comendo o Atlético pelo pé, 13,75 mais spread, come o Atlético pelos pés. Vamos ter um futebol bom. Não vai ser o maior do mundo ainda, porque tem o Real Madrid na Espanha, e tem o Flamengo aqui com o orçamento. Mas quem sabe a gente chega lá.
“Acho que vamos ser sustentáveis. A chance de acabar o time, de ter o orçamento pequeno, não vamos ter mais – garante Rubens Menin”.
O processo da SAF
Agora, a SAF do Atlético passará por confecção de documentação e aprovação em órgãos regulatórios (como o CADE) em agosto. O aporte à vista dos R$ 600 milhões será feito em outubro, na previsão da diretoria executiva.
“Modelo sem previsão de recuperação judicial ou acordo de credores. Parte significativa do aporte de R$ 600 milhões será utilizada para pagar dívidas onerosas. O capital permitirá que sejam feitas negociações com credores, para tentar diminuir no valor das dívidas”, diz trecho do documento do Atlético enviado aos conselheiros.
Os dias que antecederam a votação foram agitados nos bastidores do clube. Na quarta-feira, véspera do início da votação, houve um pedido na Justiça para suspender a reunião. O pedido foi indeferido no mesmo dia e não interferiu na votação.
No mesmo dia, um grupo de torcedores participou de um protesto na porta da sede do clube pedindo transparência no processo. Os presentes cantaram e cobraram os 4R’s, os principais investidores que irão comprar % das ações do clube.
Às vésperas da votação, o clube explanou aos conselheiros detalhes do acordo com acionistas e como irá funcionar a divisão de direitos e deveres. O acordo com acionistas era algo cobrado pelos conselheiros a ser exposto antes da votação.
A SAF do Atlético foi considerada, pelos atuais dirigentes, como a única saída para o clube em um cenário de dívida bilionária. O Galo tem cerca de R$ 1,8 bilhões em dívidas.
Com o GE