Vinte e nove carretas carregadas com carvão mineral foram subtraídas por meses em uma negociata elaborada por uma quadrilha com atuação nos municípios de João Monlevade, à região Central de Minas Gerais, Divinópolis, no Centro-Oeste, e Timóteo, no Vale do Aço. Esquema foi encerrado após uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais que garantiu as prisões de três integrantes do grupo à frente dos furtos – acredita-se, segundo informações repassadas pela proprietária das cargas a investigadores, que prejuízo com crimes seja próximo de R$ 1 milhão.
Investigações começaram no mês de outubro na Delegacia Especializada de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), na região Oeste de Belo Horizonte, e, de acordo com detalhes esclarecidos pelo chefe da divisão operacional, delegado César Matoso, à tarde de terça-feira (2), um dos suspeitos do crime é o motorista da transportadora contratada para levar o carvão mineral do pólo de extração da ArcelorMittal em Serra, no Espírito Santo, para filial da companhia em João Monlevade.
Entretanto, conforme apurado, cargas seguiam para Divinópolis e eram subtraídas. Para disfarçar o furto, motorista recebia de receptador e de outro integrante da quadrilha documentos e recibos falsos que, entregues à transportadora, atestavam terem sido entregues as cargas no destino original. Como explicou o delegado, o furto era cometido mediante fraude – ou seja, suspeitos criavam artimanhas para facilitar a subtração da carga.
“A extração do minério coque, que é o carvão mineral tipo coque, era feita no Espírito Santo. A associação criminosa, então, preparada com documentos falsos, retirava o minério da cidade de Serra através da transportadora, que também é vítima. O transporte com destino a João Monlevade, aqui em Minas Gerais, não era feito até o final. A carga era subtraída e desviada para a cidade de Divinópolis. O motorista, então, retornava à transportadora, que é terceirizada, e apresentava uma documentação como se houvesse efetivamente entregue o carvão mineral”.
Furtos foram descobertos por intermédio da transportadora e de uma análise do material estocado pela ArcelorMittal. “As subtrações demoraram a ser descobertas, o que só ocorreu quando a mineradora cobrou a terceirizada sobre o destino da carga, e esta apresentou a documentação de transporte do carvão. Foi feita uma comparação com o material supostamente entregue e o estoque da ArcelorMittal, quando constatou-se que, de fato, aquele carvão mineral não havia sido entregue no pátio em João Monlevade”, afirmou o delegado.
Apuração do crime começou com o monitoramento do grupo suspeito, e foram coletadas justificativas para que a Justiça de Minas Gerais acatasse o pedido de prisão feito pela Polícia Civil. “Nós reunimos elementos probatórios suficientes para decretação da prisão dos três suspeitos e também de mandados de busca e apreensão”.
À terça-feira passada (23), foram cumpridos os três mandados de prisão temporária e, por ocasião das buscas e apreensões nos endereços residenciais dos integrantes da quadrilha em João Monlevade, Divinópolis e Timóteo, agentes recolheram um revólver, certa quantidade de carvão mineral não especificada e a quantia de R$ 57 mil em dinheiro.
Idades dos suspeitos não foram reveladas. Balanço feito pela polícia indicou que suspeitos são responsáveis pelo furto de 27 toneladas de carvão tipo coque – o que equivale à quantidade transportada por 29 carretas.
Por O Tempo