Em dezembro de 2020, Jorge Guaranho posta foto fazendo símbolo de arma com as mãos – Foto Reprodução/Rede social
Jorge Jose da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro que, segundo a Polícia Civil, matou o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, já foi preso no Rio de Janeiro por desacato, após ofender policiais militares, em junho de 2018. De acordo com o registro de ocorrência ao qual a TV Globo teve acesso, dois PMs foram a uma casa na Estrada do Limoeiro, em Guapimirim, na Baixada Fluminense, para averiguar uma denúncia de perturbação do sossego.
Ao chegarem, os policiais foram recebidos por Guaranho, que se apresentou como policial federal – na verdade é policial penal federal – e, segundo o registro de ocorrência, passou a ofender o capitão identificado como Jorge: “Oficial de m…, capitão de m….”.
Guaranho se define em seu texto de apresentação no Twitter como policial penal federal, conservador e cristão. Também diz que armas são sinônimo de defesa.
Marcelo Arruda morreu na madrugada deste domingo (10) depois de ter sido baleado por Guaranho na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O guarda municipal chegou a ser levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa a esposa e quatro filhos.
Ao ser atingido por Guaranho, Arruda, que estava armado, revidou e atingiu o policial. Até a última atualização desta reportagem, não havia uma informação precisa sobre o estado de saúde de Guaranho.
De acordo com o boletim de ocorrência do caso, Guaranho chegou ao local de carro, acompanhado por uma mulher e um bebê. Em postagens recentes no Facebook, o policial penal mostra um recém-nascido, que os amigos na rede social identificam como sendo filho dele.
Também segundo o B.O., o policial penal desceu do carro, armado, gritando: “Aqui é Bolsonaro!”. Nas redes sociais, suas publicações tratam principalmente de apoio ao presidente ou a aliados de Jair Bolsonaro. Eventualmente, o policial, posta também sobre futebol.
Em uma publicação junho de 2021, Guaranho aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente.
Segundo a Polícia Civil, Guaranho também era um dos diretores da associação onde o crime aconteceu. A informação foi passada pela delegada Iane Cardoso, em entrevista no domingo (10). A presidência da associação informou que o atirador ocupava o cargo de secretário na diretoria da entidade.
Em 2020, ele postou foto em uma piscina, fazendo o sinal de armas de fogo com as mãos, gesto característico do presidente.
Guaranho também se mostrou favorável ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
“Orgulho do cacete desse presidente! China deveria ser condenada a pagar os gastos de todos os países que sofreram nesta crise. Assim como países que começaram guerras!”, escreveu ao comentar uma notícia de Trump iria suspender repasses para a OMS no auge da pandemia.
Por G1