
A defesa do ex-presidente vai entrar contra uma queixa-crime por calúnia contra Delgatti – Foto Sergio Lima/AFP
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) que o hacker Walter Delgatti está “fantasiando” em seu depoimento na CPI do 8 de Janeiro. A declaração foi dada à rádio Jovem Pan. Nela, Bolsonaro contesta as declarações e nega que tenha se encontrado com Delgatti, por mais de uma vez como foi declarado na oitiva.
Na CPMI, Walter Delgatti disse ter se reunido com Jair Bolsonaro durante um café da manhã que durou cerca de uma hora e meia, em 10 de agosto, no Palácio da Alvorada. No encontro, em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também estava presente, o então presidente da República o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas. Em caso de ser pego, Bolsonaro teria assegurado que lhe concederia um indulto.
O hacker disse ainda que, em outra ocasião, Bolsonaro pediu para ele assumir a autoria por um grampo ilegal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o ex-presidente, os dois se encontraram no Palácio do Alvorada para falar sobre as urnas eletrônicas. Bolsonaro, no entanto, mandou o hacker discutir o assunto com militares que integravam uma do Tribunal Superior Eleitoral. O segundo encontro em que foi discutido um grampo no telefone do ministro Alexandre de Moraes foi negado.
“Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente”, afirmou Bolsonaro. “Tem fantasia aí. Eu só encontrei com ele uma vez no café da manhã [na Alvorada], não falei com ele no telefone em momento algum. Como ele pode ter certeza de um grampo? Nós desconhecemos isso”, completou.
A defesa de Bolsonaro disse que vai entrar com uma queixa-crime contra Delgatti por calúnia. Mais cedo, um dos advogados e assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten reagiu e disse que o hacker “mente e mente e mente”.