BR-116: Caminhoneiro envolvido em acidente com 39 mortes é preso

21/01/2025 | Minas Gerais

Ônibus pegou fogo após colidir contra carreta – Foto Divulgação / Bombeiros MG

 

 

A Justiça decretou a prisão do motorista da carreta bitrem, de 49 anos, envolvido em um grave acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

 

A decisão foi divulgada nesta terça-feira 21/1, após exames detectarem que o caminhoneiro fez uso de álcool, ecstasy e cocaína.

 

O veículo conduzido pelo suspeito transportava um bloco de granito que se desprendeu e colidiu contra um ônibus, causando a morte de 39 pessoas.

 

A decisão é assinada pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, e aponta que exames realizados dois dias após o acidente, quando o suspeito se entregou às autoridades, comprovaram o uso das substâncias ilícitas.

 

Além disso, levantamentos mostraram que houve recorrência da infração. Isso porque, em ocasiões anteriores, o motorista foi abordado por policiais com sintomas de embriaguez, recusando-se a soprar o etilômetro. As evidências levaram à revisão da decisão de conceder a liberdade ao condutor da carreta. Ele havia sido solto após prestar depoimento no dia 23 de dezembro.

 

Para justificar o pedido de prisão, o magistrado apontou ainda a ausência do motorista no local do acidente, o sobrepeso da carga da carreta, a ausência de informações das condições de transporte da carga pelo motorista, o excesso de velocidade do veículo, a jornada exaustiva de viagem, a falta de descanso adequado e o uso de substâncias entorpecentes.

 

De acordo com o magistrado, o motorista também não demonstrou disposição de colaborar com as investigações, negando-se a disponibilizar o aparelho celular para análise.

 

“As investigações fragilizaram a tese de que um estouro de um pneu do ônibus causou a perda de controle do veículo, o que justifica a prisão preventiva do condutor da carreta como forma de resguardo da ordem pública”, explica.

 

A análise dos fatos e o depoimento de várias testemunhas levaram o magistrado a considerar que o motorista assumiu diversos riscos. O magistrado citou o excesso de velocidade do caminhão, que trafegava a 90 km/h, quando o permitido para a via era de 80 km/h, e o excesso de peso transportado, que superou 68 toneladas, sendo que cada reboque possuía capacidade máxima de carga de 30 toneladas. Diante disso, o juiz decretou a prisão do investigado, como forma de se garantir a ordem pública.

 

Dono de transportadora e empresa também devem ser investigado – Foto Divulgação / Bombeiros MG

 

 

Acidente

 

Um ônibus de viagem interestadual com com 45 passageiros pegou fogo após se envolver em um acidente com uma carreta e um carro na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, no dia 21 de dezembro.

 

O acidente provocou a interdição da rodovia federal — 39 pessoas morreram e outras nove pessoas ficaram feridas. O ônibus saiu de São Paulo na sexta-feira 20/12/2024 e seguia para a Bahia. As vítimas são dos Estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba.

 

Investigação aponta hipóteses sobre acidente

 

Uma das possibilidades levantadas desde o dia do acidente é a de que uma pedra de granito tenha caído da carreta que trafegava no sentido contrário, provocando a colisão do ônibus. Embora a hipótese ainda não tenha sido confirmada, o delegado Amaury Albuquerque afirmou que há indícios que sustentam essa linha de investigação.

 

“Já fizemos a pesagem e temos informações que indicam um possível sobrepeso da carga”, declarou o delegado, ressaltando que os detalhes ainda serão analisados. “Nosso principal objetivo é compreender como ocorreu a dinâmica do acidente”, completou.

 

Outra informação inicialmente divulgada no dia do acidente foi a de que o pneu do ônibus teria estourado, o que fez o motorista perder o controle da direção. Apesar de nenhuma possibilidade ter sido descartada, o perito criminal Felipe Dapieve destacou que, até o momento, essa hipótese não se confirmou.

 

“Ainda não encontramos vestígios de um pneu estourado, mas isso não elimina a possibilidade. No momento, não há evidências que apontem nessa direção”, explicou o perito.

 

 

Segundo a Justiça, o caminhoneiro assumiu ter feito o uso de drogas – Foto Divulgação / Bombeiros MG

 

 

Ônibus pegou fogo após colidir contra carreta – Foto Divulgação / Bombeiros MG

 

 

*Com informações O Tempo

 

 

 

 

 

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