Buscas continuam neste domingo em Capitólio

8/01/2022 | Centro-Oeste

    Pedra desliza sobre turistas em Capitólio – Foto: Redes Sociais/Reprodução

 

 

Um deslizamento de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio, no Centro-Oeste de Minas, atingiu quatro embarcações, com 34 pessoas, neste sábado (8) e causou sete  mortes. Três pessoas estão desaparecidas.

 

O que sabe até agora 

 

  • O deslizamento ocorreu por volta de 12h30. Ainda não se sabe o que causou o acidente
  • Quatro embarcações foram atingidas, segundo os bombeiros
  • Sete pessoas morreram. Ao menos 4 seguem internadas
  • Uma equipe de mergulhadores está no local e não há previsão de término das buscas (elas foram suspensas durante a noite e serão retomadas no domingo)
  • 27 pessoas foram atendidas e liberadas
  • A primeira informação dos bombeiros dava conta de 20 desaparecidos, mas o número foi atualizado para 3
  • Bombeiros e Polícia Civil estão no local; a Marinha foi acionada e vai investigar a causa
  • Defesa Civil havia emitido um alerta sobre chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água”; Marinha também investiga por que os passeios foram mantidos

 

Mortes

 

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou 7 mortes pelo deslizamento.
As vítimas são 3 mulheres e 4 homens, informou o delegado de Capitólio; ninguém foi identificado ainda.

 

Desaparecidos

 

O coronel dos bombeiros Edgard Estevo, disse primeiramente que a estimativa era que 20 pessoas estivessem desaparecidas. Pouco depois, o número foi atualizado para três desaparecidos.

 

De acordo com o coronel, 40 bombeiros e mergulhadores estão no local do acidente, mas as buscas estão suspensas durante a noite.

 

 

Feridos

 

Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a maioria com ferimentos leves.

 

Dessas, 27 foram atendidas e liberadas: 23 delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra, a 46 km de Capitólio.

 

Lugar turístico

 

A região de Capitólio e outras cidades banhadas pelo Lago de Furnas, no Centro-Oeste de Minas, é bastante procurada por turistas por sua beleza natural.

 

Assim como outras partes do estado, a região tem sido atingida pelas chuvas recentes: na sexta-feira (7), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta de chuvas intensas, que durariam até a manhã deste sábado.

 

Neste sábado (8), Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de “cabeça d’água’ em Capitólio, mas não há confirmação que essa foi a causa do acidente. A Marinha disse que investiga o motivo de os passeios serem mantidos.

 

O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas, Pedro Aihara, explicou que a formação rochosa do local é do tipo sedimentar, o que torna as estruturas dos paredões frágeis, e a quantidade de chuvas agravou a situação por acelerar a erosão.

 

“A gente tem uma formação rochosa que é basicamente composta por rochas sedimentares, então são rochas que naturalmente têm uma resistência muito menor à atuação dos ventos, da água, dos elementos naturais que atuam sobre a região”, explicou Aihara.

 

“Uma outra situação que acabou infelizmente agravando foi porque a rocha cai numa trajetória perpendicular. Geralmente, quando a gente tem ruptura por tombamento, a rocha sai de uma forma mais fatiada, ela escorre por aquela estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou então mesmo em pé. Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas”, explicou o bombeiro.

 

Para o especialista em gerenciamento de risco, Gustavo Cunha Melo, uma tromba d’água – inicialmente citada pelos bombeiros como motivo do deslizamento – pode ter agido como um gatilho para o deslizamento, mas não foi necessariamente a causa do problema.


Para Melo, a rocha se desprenderia de qualquer jeito, por causa da erosão:

 

“Essa rocha já estava com muita erosão, totalmente fragmentada, ela iria desabar em algum momento. A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode, assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por erosão, por um processo natural”, afirmou.

 

Nesses casos, segundo o especialista, o gerenciamento de risco consiste em isolar o local.

 


Inicialmente, o Corpo de Bombeiros informou que uma tromba d’água junto às pedras fez com que elas caíssem.

 

Governador lamenta acidente

 

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), lamentou o acidente na rede social Twitter:

 

“Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros”, escreveu Zema.
“Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento. Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e amparo necessários”, completou.

 

Marinha vai apurar causas

 

Por meio de nota, a Marinha do Brasil informou que um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente.

 

Segundo o Corpo de Bombeiros informou, a princípio, uma “tromba d’água” junto a pedras fez com que elas deslizassem e caíssem de uma altura de mais de 5 metros, atingindo as lanchas.

 

O acidente ocorreu no condomínio Escarpas do Lago. A localidade fica perto do município de São Roque de Minas.

 

Guarnições de Passos e Piumhi foram deslocadas para a região para prestar atendimento às vítimas.

 

Confira a íntegra da nota da Marinha

 

A Marinha do Brasil informa que tomou conhecimento de um acidente, no fim da manhã de hoje, após deslizamento de rochedo atingir embarcações que navegavam a região dos cânions, em Capitólio-MG.

 

A DelFurnas deslocou, imediatamente, equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local, integrantes da Operação Verão ora em andamento, a fim de prestar o apoio necessário às tripulações envolvidas no acidente, no transporte de feridos para a Santa Casa de Capitólio, e no auxílio aos outros órgãos atuando no local.

 

Um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido.

 

Um vídeo que circula pela internet e cuja veracidade foi confirmada pelos Bombeiros mostra o momento em que um dos cânions atinge as lanchas.

 

 

 

*Esta reportagem está em atualização

 

Com o G1 

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