
Alexandre Capela chamou a PM para registrar o ocorrido – Foto Valquíria Souza/TV Integração
A Polícia Civil de Minas abriu inquérito para apurar um caso de injúria racial registrado na partida entre Guarani-MG e Villa Real, pela Segunda Divisão do Mineiro, disputada no sábado 23/9, em Divinópolis.
Durante o jogo, o atacante Alexandre Capela chamou o quarto árbitro e disse ter ouvido declarações racistas vindas da arquibancada. Ele também passou a situação ao delegado da Federação Mineira de Futebol (FMF) e a Polícia Militar foi acionada para conversar com o atleta.
Um torcedor de 79 anos foi identificado como suspeito com a ajuda de outras pessoas que estavam na arquibancada e foi levado para a delegacia. Segundo a Polícia Civil, ele foi ouvido e liberado por não haver elementos suficientes para efetivar a prisão.
A Polícia Civil também informou que procedimento foi encaminhado à Delegacia de Divinópolis, onde o caso ocorreu, para que as providências necessárias sejam tomadas. Entre elas, “estão a oitiva da vítima e a intimação das testemunhas para prestarem depoimento”.
A assessoria do Villa Real e foi informado de que o “o atleta ainda está assimilando todo o ocorrido e prefere não se manifestar no momento”.
O Villa Real ainda informou que a assessoria jurídica do clube já está acompanhando de perto todos os desdobramentos do caso e reiterou que o posicionamento do clube segue sendo o mesmo da nota de repúdio publicado ainda no sábado.
Íntegra a nota de repúdio publicada pelo Villa Real
“É absolutamente inaceitável que, em pleno século 21, tais atos repugnantes continuem a ocorrer nas arquibancadas do Brasil e do mundo. O Time do Povo, equipe composta majoritariamente por pessoas negras, reafirma seu compromisso com Alexandre Capela e com todas as pessoas que, lamentavelmente, enfrentam situações como essa em suas vidas diariamente. É necessário que a sociedade como um todo se una contra o racismo e trabalhe incansavelmente para erradicá-lo de uma vez por toda. O racismo desumaniza, fere e mata. O racismo é inadmissível. Não podemos tolerar esse tipo de atitude dentro ou fora das 4 linhas. Racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, conforme previsão da Constituição Federal. Não ao racismo”.
*Com informações do Ge