Ciclone que atingiu o Sul do país não vai chegar a Minas

1/07/2020 | Minas Gerais

Mortes causadas por ‘ciclone bomba’ no Sul sobem para 10

 

O ciclone extratropical que atingiu o Sul do país nessa terça-feira (30) e provocou estragos não deve chegar a Minas Gerais. Segundo meteorologistas, o sistema já está em deslocamento em direção ao oceano. Apesar disso, rajadas de ventos entre 35 km/h e 40 km/h poderão ser sentidas no Sul e na Zona da Mata de Minas Gerais.

“É um sistema que, quando ganha força, pode se transformar em um furacão, as características são bem parecidas. Mas ele está cada vez mais se afastando do continente, e a tendência é essa, que continue em direção ao oceano. No Sul de Minas e até da Zona da Mata, a pontinha desse sistema pode gerar ventos de 35 km/h a 40 km/h, mas nada muito significativo”, afirmou o meteorologista Ruibran dos Reis.

Ele explica que o sistema é chamado de “ciclone extratropical” devido à localização dele. “O fenômeno ocorre abaixo do Trópico de Capricórnio, que passa por São Paulo. Ele só é chamado de ciclone tropical quando está localizado entre trópicos, como o de Capricórnio e o de Câncer”, explica o meteorologista.

Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Cléber Souza, a formação de ciclone extratropical é comum durante o inverno em áreas de baixa pressão atmosférica. “São mais frequentes nesta época do ano, e é um sistema que tem essa característica de passagem rápida. Tanto que já se deslocou para o oceano. O que afeta agora são as correntes marítimas. Não há qualquer chance de chegar a Minas Gerais”, explica.

Previsão

Para o fim de semana, a expectativa é de que uma frente de ar fria acompanhada de uma forte massa de ar polar, que já atuam no sul do Brasil, promovam uma queda nas temperaturas em Minas Gerais. “As temperaturas voltam a cair bruscamente podendo até nevar no sul do País. Já em Minas podemos ter o registro de geadas em algumas cidades”, pontua o meteorologista.

Susto

Um ciclone extratropical atingiu o Sul do Brasil nessa terça-feira (30) e deixou um rastro de destruição. Segundo o Inmet, foram registradas ontem rajadas de vento de 50 km/h a 100 km/h no Rio Grande do Sul. Nas redes sociais, pessoas compartilharam diversos vídeos e imagens de casas destelhadas, postes e árvores caídas devido à força do ciclone. Por O Tempo

Mortes causadas por ‘ciclone bomba’ no Sul sobem para 10

Estragos causados em Itajaí pelo temporal na tarde desta terça-feira – Foto: Paulo Tomio/ Arquivo pessoal

Subiu para 10 o número de mortes causadas pelo fenômeno climático conhecido como “ciclone bomba” no Sul do país – nove mortes foram registradas em Santa Catarina e uma pessoa segue desaparecida no estado. Já no Rio Grande do Sul, um homem morreu soterrado

Durante a madrugada desta quarta-feira (1º), os ventos chegaram a 90 km/h. Conforme o monitoramento da Celesc, 580 mil imóveis permaneciam sem luz até as 13h30. Na terça-feira (30), a ventania causada pelo fenômeno e tempestades provocaram estragos em todas as regiões.

De acordo com a Defesa Civil do estado, uma morte foi registrada em Itaiópolis, no Norte catarinense, uma em Rio dos Cedros e uma em Ilhota, no Vale do Itajaí. Outras cinco ocorreram na Grande Florianópolis: três em Tijucas, uma em Santo Amaro da Imperatriz e uma em Governador Celso Ramos. No Oeste catarinense, uma mulher morreu em Chapecó. E ainda são realizadas buscas a duas pessoas em Brusque, também no Vale, e em Tijucas. Ainda de acordo com o órgão, dos 295 municípios catarinenses foram registrados ocorrências em 101.

Nesta quarta, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo devem sofrer fortes rajadas de vento por influência do “ciclone bomba”. Em SP, a velocidade dos ventos pode chegar a 80km/h. No RJ, deve chegar a até 76 km/h na capital e ressaca com ondas que devem atingir os 3,5 metros, segundo o Centro de Operações Rio.

Mortes

A morte registrada em Ilhota é de um caminhoneiro de São Paulo que trabalhava para uma transportadora e estava havia dois dias em Santa Catarina. Sérgio Idalgo, de 59 anos, morreu após um muro desabar no bairro Baú Baixo. De acordo com a Defesa Civil do município, ele teria ficado preso entre um caminhão e a estrutura. No município, dois ginásios de esportes desabaram, casas foram parcialmente atingidas e a marquise de um mercado caiu em cima de carros.

A região da Grande Florianópolis registrou a maior parte das vítimas do “ciclone bomba”. Em Santo Amaro da Imperatriz, um homem morreu depois de ser atingido pela fiação elétrica de um poste que depois da queda de uma árvore. Em Tijucas, três trabalhadores não resistiram depois da queda de um galpão. Em Governador Celso Ramos, uma morte foi confirmada na manhã desta quarta e ao menos oito pessoas ficaram feridas.

Em Chapecó, no Oeste, uma idosa de 78 anos morreu após a casa onde ela morava ser atingida por uma árvore. Outras mortes no estado ocorreram em Itaiópolis e outra em Rio dos Cedros, mas não foram divulgadas mais informações sobre essas duas ocorrências.

No Rio Grande do Sul, um homem morreu soterrado após um deslizamento de terra causado pelo temporal em Nova Prata, na Serra. Vanderlei Oliveira, de 53 anos, foi socorrido pelos bombeiros, que o encontraram embaixo dos escombros de um tapume que ajudava a erguer na encosta de uma construção, no loteamento Clivatti. Ele chegou a ser levado para o Hospital São João Batista, mas não resistiu.

Vento permanece até a tarde

As fortes rajadas de vento causadas pelo ciclone devem continuar em todo o estado nesta quarta-feira, de acordo com o meteorologista Leandro Puchalski, da Central NSC de Meteorologia. A condição deve permanecer ao longo da manhã até o meio da tarde.

“A principal diferença de ontem para hoje é que ontem foi muito rápido, é um vento constante. Hoje deve ficar moderado, essa é uma condição de vento mais constante. No fim da tarde, o ciclone deve se afastar em direção ao mar e o vento vai diminuindo no fim do dia de hoje”, afirmou.

Na maior parte do estado, deve ficar entre 40 e 60 km/h, segundo Puchalski, com pico de 80 a 100 km/h na Serra e região litorânea.

 

Do G1

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