A Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira (23) uma resolução que condena a invasão da Rússia à Ucrânia e pede que as tropas russas sejam retiradas imediatamente do território ucraniano.
Foram 141 votos a favor, incluindo o do Brasil, contra 7 contrários e 33 abstenções. A Rússia votou contra, enquanto países como China, Índia e Irã se abstiveram.
O documento traz um trecho sugerido pelo Brasil, que faz um “apelo” a uma “cessação de hostilidades”. No mesmo parágrafo,, os países “reiteram suas demandas para que a Rússia imediatamente, completamente e incondicionalmente retire todas as suas forças militares do território ucraniano dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente”.
A Guerra da Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24). Desde então, esta é a quarta resolução aprovada pela ONU que condena o conflito e pede que a Rússia retire suas tropas.
Ainda nesta quinta-feira (23), o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, admitiu estudar a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de se criar um grupo de mediação do conflito. O possível órgão seria formado por países sem envolvimento direto ou indireto na guerra.
“Registramos as declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, para encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia e corrigir erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação no terreno”, disse.
Em entrevista à agência de notícias Tass, Galuzin também elogiou o fato de o Brasil ter recusado o pedido feito pelo primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, para fornecer munição à Ucrânia no conflito.
“Eu gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional. O Brasil rejeitou as medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e se recusou a fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev”, pontuou.