Por Luigi Stéfano
Esta semana algumas imagens das obras de drenagem, captação pluvial, esgoto ou seja de infraestrutura foram divulgadas, confirmando o início da obras no local onde será erguida a nova sede da prefeitura de Itaúna. Orçada em quase R$ 13 milhões de reais e correndo riscos de serem solicitados aditivos, como sempre acontece em se tratando de obras públicas neste país, a obra em questão divide até hoje a opinião de muitos cidadãos itaunenses que questionam a necessidade deste investimento em um período de contenção, crise, recessão, falta de empregos, que concomitantemente refletem na baixa arrecadação do município, prejudicando investimento básicos e comprometendo inclusive pagamento dos servidores. Sem falar nos reflexos políticos, onde muitos inclusive atribuem a derrota do atual prefeito para mais uma reeleição, a sua decisão de se desfazer do prédio antigo da administração.
É sabido que a área destinada ao erguimento da obra é uma das melhores, de acordo com os empreendedores que cederam o terreno para implantação da nova sede. Obviamente esta doação, facilitou autorizações e permissões em caráter ambiental que contribuíram sobremaneira para a legalização do luxuoso residencial que lá será também construído, valorizando de forma milionária aquela parte da cidade, onde alguns poucos abastados e afortunados poderão ter o luxo e o privilégio de residir.
A nova sede da administração municipal, também poderá promover em curto período, um êxodo econômico financeiro, com alguns setores do comercio e executivo migrando para já tão badalada prainha (Av. Jove Soares) que hoje é mais reduto de boteco, barzinho, pizzaria enfim comercio de entretenimento e “lazer”, para efetivamente uma área de empreendimento financeiro com deslocamento de agências bancárias, escritórios e outros gêneros de comercio.
Isto tudo pode acontecer. É pode, mas e se a construção da sede não for para frente a partir de 1 de janeiro de 2017?
Vem aí uma nova administração, o prefeito eleito Neider Moreira, já foi categórico e já se posicionou publicamente contra a construção deste novo centro administrativo afirmando não ser este momento em que o país atravessa, como o mais ideal para um investimento desta monta, tendo a cidade outras necessidades e prioridades.
Seu vice Fernando Franco em entrevista à Rádio Santana FM, pós eleição, também informou que o caixa da prefeitura está no vermelho, onde atualmente a administração gasta mais do que arrecada mensalmente. Sendo assim, a pergunta que se faz é: De onde vai sair dinheiro para custear a totalidade da obra licitada, já que os R$ 13 milhões se referem a uma etapa da obra e não a sua totalidade? Quanto mais será necessário para efetivamente se montar um novo centro administrativo já que a obra de estrutura por si só, não será suficiente para o funcionamento da administração que com certeza gastará com mobiliário, instalação de tecnologia de comunicação e tudo aquilo que se precisa quando se muda para uma casa nova?
Tomando por base estes poucos dados, quem garante que a obra continuará? Pessoas ligadas ao grupo político do prefeito eleito Neider Moreira, afirmam que, o que começou, a partir de Janeiro, vai ficar como está, que o prefeito não vai levar adiante a construção desta nova sede por entender, como já dito, que a cidade não pode gastar com isto agora. E como ficará a situação contratual? Segundo pessoas ligadas ao governo Osmandista, existe clausula contratual que obriga a construtora vencedora da licitação pagar multa no valor de R$ 35.000,00 mensais ao comprador do prédio da prefeitura que será revertido em aluguel para permanecia da administração no local, caso não entregue no prazo estabelecido, a primeira etapa das obras para mudança da estrutura administrativa.
E aí? Como vai ficar a situação? Se consta no contrato de compra e venda do prédio da Prefeitura o pagamento de uma multa/aluguel, pela não entrega da construção, que vai pagar ao comprador o aluguel R$ 35.000,00 se a decisão de suspender a construção partir do novo chefe do executivo?
O jeito é esperar 2017, para saber como se resolverá este imbróglio todo. A experiência nos conta de outros tempos uma velha história, de uma ponte, nova, que seria construída para modernizar e agilizar a entrada da cidade, uma ponte que caiu, foi reerguida e ficou só nisto por quase 8 anos, pois é, 8 anos, só com a ponte, sem a entrada, pois o resto da obra, esperou, como todo itaunense, por culpa de rixas e picuinhas político partidárias, já que um não pode , ou não quer, continuar o que o outro começou , no fim de tudo resultado de uma política que hoje envergonha o cidadão brasileiro, pagador do maior volume de impostos no mundo todo e que a cada ano espera que alguém possa, ou faça algo diferente, em honra da confiança depositada e do voto dado. Esperar, é o que nos resta e que venha 2017, Feliz Ano Novo.