Criança de 3 anos sobrevive a deslizamento

22/02/2023 | Brasil

Menino de 3 anos sobreviveu a deslizamento de terra em São Sebastião – Foto Arquivo pessoal

 

 

Um menino de 3 anos sobreviveu após sua casa ter sido atingida por um deslizamento de terra na Vila Sahy, em São Sebastião, município do litoral norte paulista.

 

Segundo o voluntário Alessandro Conceição, que estava na equipe que realizou o resgate, o garoto estava debaixo de escombros e no colo da mãe, que já estava falecida. O pai, também sem vida, estava ao lado. Outros dois filhos do casal que estavam na casa ainda estão desaparecidos.

 

“Eles morreram com o entulho por cima, mas a criança conseguiu ficar de lado. Precisamos de 15 pessoas para fazer o resgate”, contou. Ele disse que ouviu o menino gritando por socorro.

 

Segundo os socorristas, o menino está muito assustado e ainda não está consciente do que aconteceu.

 

Tio quer a guarda da criança

 

Benedito Gomes da Silva, tio da criança, está acompanhando o sobrinho no hospital.

 

“Ele está bem agora. Ontem, quando eu cheguei, ele não conseguia abrir os olhos e estava com a boca inchada. Ele dormiu e acordou chorando, mas hoje o fisioterapeuta andou com ele e a recuperação evoluiu”, contou.

 

Benedito, que também mora na Vila Sahy e perdeu a casa, é irmão de Maria da Conceição Gomes da Silva, que morreu ao lado do marido Ariel.

 

Ele diz que vai lutar pela guarda da criança. “Quero ficar com ele e vou lutar por isso. Minha família toda é do Piauí, minha mãe e meus irmãos lá estão interessados, mas o Conselho Tutelar vai vir aqui amanhã. Eu não vou deixar meu sobrinho ir embora”, contou.

 

O diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo, Matheus Roncatto, afirmou nesta terça-feira (21) que o estado não conta com sistema de sirenes para alertar a população em caso de emergências climáticas, como a que atingiu o litoral norte no último final de semana e já deixou dezenas de mortos e desaparecidos.

 

“Nós não temos, pelo menos falando no estado de São Paulo, uma área que seja coberta por essas sirenes”, disse Roncatto em entrevista

 

O representante da Defesa Civil contou que, em vez de sirenes, 177 cidades do estado contam com “planos preventivos” da Defesa Civil:

 

“Nós temos pluviômetros automáticos, que são aparelhos que medem a chuva em tempo real. A partir do momento em que recebemos essa informação de previsão e de chuva em tempo real, nós emitimos os alertas [via mensagem de texto], encaminhamos para os municípios, e os agentes municipais fazem as vistorias nas áreas de risco”, explicou.

 

A partir das vistorias, afirmou Roncatto, conforme são identificadas as necessidades de interdição das moradias, as pessoas são removidas preventivamente de suas residências e encaminhadas para abrigos mobilizados pelas prefeituras ou pelos órgãos municipais de proteção e defesa civil.

 

“Muitos lembram da Defesa Civil somente nas ações e resposta ou reconstrução, mas nós temos um trabalho muito forte — e diria até prioritário — nas questões de prevenção e preparação”, apontou.

 

Matheus também afirmou que a Defesa Civil estadual oferece treinamento aos agentes municipais de proteção e defesa civil, mapeamento de risco e previsão meteorológica: “Nosso foco principal é atuar na prevenção. Uma vez que aconteça o desastre, uma vez que tenhamos a tragédia, obviamente toda equipe vai a campo, as ações de resposta, de restabelecimento, de recuperação também são efetivas”.

 

Por G1

 

 

 

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