No Brasil, o número de crianças e adolescentes com problemas de saúde ou alguma deficiência, que estão disponíveis para adoção é quatro vezes maior do que os perfis que estão de fato em processo de adoção. Entre os processos de adoção em andamento, menos de 5% envolvem crianças com alguma deficiência.
Na contramão desse dado do Sistema Nacional de Adoção, está a aposentada Fátima Amarante. Mãe biológica de Fernanda, resolveu adotar outra menina, há 23 anos. Na época, quando conheceu a pequena Gabriela, teve certeza de que era a segunda filha que buscava, mesmo com problemas de saúde. Hoje com 29 anos, a caçula adotada tem a visão de apenas um olho e hidrocefalia. Fátima conta que Fernanda levou mais amor para o seio familiar e também ensinamentos.
No Brasil, tramitam mais de 5 mil processos de adoção, atualmente. Desse total, menos de 15% são de crianças negras. O que é um dos problemas, quando o assunto é adoção no Brasil.
Para o ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, cabe ao Estado brasileiro garantir o direito das crianças em terem uma família e tornar os processos mais seguros e também menos burocráticos. Por outro lado, ele reconhece que uma base de discriminação ainda sustenta esse dado de tantas crianças ficarem sem uma família.
No total, o Brasil tem 4.500 crianças e adolescentes disponíveis para adoção. E quase 36 mil pessoas ou famílias estão dispostas a adotar. Na ponta do lápis, fica assim: para cada criança que espera ser adotada, existem quase 8 famílias na fila da adoção.