Estado com a maior malha rodoviária do Brasil e rota importante de transporte de pessoas, matérias-primas e mercadorias, Minas Gerais sofre há anos com as más condições de suas estradas, como vem sendo mostrado na série de matérias especiais produzidas pelo Estado de Minas.
De acordo com uma pesquisa divulgada no último dia 18 de janeiro pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Minas Gerais teve um aumento de 311% na precariedade de suas estradas em 2022. Nesse período, os motoristas que trafegaram pelas rodovias mineiras tiveram que enfrentar um ponto crítico a cada 40 quilômetros percorridos. Esse cenário inclui problemas com buracos grandes, erosões na pista, queda de barreiras ou pontes caídas.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Minas Gerais possui 65% da sua malha rodoviária com condição de manutenção boa ou regular, 26% péssima e 10% ruim. Ou seja, mais de um terço das estradas do estado não apresenta condições de tráfego adequadas.
De acordo com o Dnit, Minas Gerais é prioridade no que se refere a investimentos nas estradas para o ano de 2023. “O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes enxerga Minas Gerais como uma prioridade em função da sua importância econômica e geográfica na conjuntura do país. Além disso, o estado possui a segunda maior malha rodoviária federal sob administração do Dnit do País”.
O órgão afirmou que Minas Gerais possui grande importância econômica e geográfica na conjuntura do país, e que suas estradas impactam diretamente na qualidade de vida da população, gerando emprego e renda. Além disso, o departamento ressaltou que dispõe de 68 contratos ativos e em execução para realizar a manutenção das rodovias sob sua jurisdição.
Orçamento para 2023
O Dnit informou que as rodovias federais do estado de Minas Gerais somam 5.302,3 km, sendo eles 4.729 km de malha rodoviária pavimentada e 573 km de malha não pavimentada, e que para este ano os valores destinados para o estado chegam a R$ 1,266 bilhão.
A quantia é dividida entre R$ 764,9 milhões vindos da Lei Orçamentária Anual 2023 para manutenção das rodovias e R$ 278,4 milhões de restos a pagar de exercícios anteriores. De acordo com o órgão, os recursos foram disponibilizados, em sua maioria, no mês de dezembro de 2022.
Com isso, o valor disponibilizado para 2023 é mais que o triplo destinado para 2022, de R$ 400,4 milhões, e cerca de cinco vezes maior que os valores destinados para 2020 e 2021, sendo eles R$ 261,1 milhões e R$ 233,5 milhões, respectivamente.
O Dnit informou, ainda, que o órgão dispõe de previsão de investimentos total de R$ 1,043 bilhão para serem investidos em manutenção rodoviária.
“É importante ressaltar, o quantitativo de investimentos previstos que serão alocados para execução da Conservação Rodoviária que compreende o conjunto de operações rotineiras, periódicas e de emergência realizadas com o objetivo de preservar as características técnicas e físico-operacionais do sistema rodoviário e das instalações fixas, dentro de padrões de serviços estabelecidos”, disse o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
De acordo com o departamento, “os últimos anos se apresentaram com disponibilidade de recursos insuficientes para fazer face à manutenção rodoviária” e que, por isso, as ações a serem empregadas visam intensificar os serviços nos contratos de Conservação e Manutenção Rodoviária.
Por Uai