Entenda por que é importante falar "NAO" aos filhos

13/04/2015 | Dicas e utilidades

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Muitos pais ficam aflitos e angustiados com a possibilidade de ter que  de falar “NÃO” para seus filhos. Por muitas e variadas razões, que oscilam desde a sensação constante de culpa, um sentimento que aparece quando há ausência física e emocional evidentes no “cuidar” cotidiano, até a dúvida real sobre o efeito inibitório e limitante que a palavra “NÃO” exerce no desenvolvimento infantil. 
 
Vamos esclarecer: crianças (e também os adolescentes e os adultos) têm absoluta necessidade do limite. Têm, portanto, NECESSARIAMENTE que ouvir a forte e sonora palavra “NÃO”. Impor limites é algo que os pais devem fazer desde sempre. Limitar o comportamento das crianças, ensinando-lhes regras básicas de convivência social, é fundamentalmente essencial e saudável. Isso mesmo. Por muitas razões, das quais salientam-se duas.
 
Primeiro: convivemos em sociedade. Para termos nossos direitos como cidadãos assegurados, devemos esperar que todos respeitem as normas de civilização vigentes nas diversas culturas. Mais que isso, devemos ensinar as crianças que a pluralidade cultural é também uma regra a ser entendida e respeitada. O respeito ao outro é uma regra de ouro. Isso inclui uma série de regras de conduta que devem ser ensinadas desde a mais tenra idade. Limites, portanto. 
 
Segundo: as crianças nos pedem limites. Exatamente. Pais e cuidadores são constantemente desafiados. Basta dizer que não se deve colocar o dedo na tomada e… Lá está o pequeno, engatinhando, olhando para o pai com o dedinho em riste em direção certeira à tomada na parede. Quando ouve de novo, pela enésima vez, a palavra “NÃO”, faz a leitura imediata: “Posso confiar nele. Manteve sua palavra”. E assim o aprendizado vai se construindo, dentro de uma relação de confiança em que a palavra “NÃO”, limitadora, deve necessariamente fazer parte do repertório. 
 
Quanto aos efeitos dos limites no potencial criativo, vamos tomar um exemplo extremo. Mozart é considerado um dos maiores gênios criativos que a humanidade já conheceu. Faleceu com 35 anos e deixou mais de 600 peças, até hoje consideradas como excepcionalmente lindas. Este mestre da música clássica compôs boa parte de sua obra “preso” a uma regra de composição chamada “forma sonata”, que impõe limites bem definidos aos trechos de cada música. Isso inibiu seu instinto criativo? Claro que não. Quanto mais “engessado” em uma forma, mais procurou e achou soluções inovadoras que o imortalizaram.
 
Os limites podem, portanto, nos fazer dar mais asas à imaginação e, com certeza absoluta, nos tornam pessoas melhores.

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