Representantes dos militares dizem que não existe mobilização para que policiais façam movimento semelhante ao que ocorreu no Espírito Santo
O Tempo
Desde o início da paralisação dos policiais militares do Espírito Santo, que começou no dia 3 de fevereiro, circulam nas redes sociais, principalmente no Whatsapp, informações de que a Polícia Militar mineira estaria preparando uma mobilização semelhante. Uma das mensagens compartilhadas usa até um vídeo feito em 2016, durante uma mobilização realizada na frente da Assembleia Legislativa, para alegar que aquele movimento preparava a paralisação.
Recentemente um novo áudio passou a circular, onde um homem não identificado conta que está sendo organizada uma paralisação da PM durante o Carnaval, com grande adesão em Belo Horizonte. A Tenente-coronel Cláudia Herculana, vice-presidente Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas (AOPMBM), relata que existe uma reunião marcada para esta terça-feira entre as principais associações representativas da categoria, mas que não existe nenhum indício de que os policiais vão deixar de realizar o patrulhamento.
Segundo ela a AOPMBM está construindo mobilizações por reivindicações da categoria, que também incluem a reforma da previdência, mas que os atos serão realizados pelos militares de folga e por aposentados. “Não temos a intenção de parar”, afirmou. Sobre as mensagens que relatam uma suposta movimentação paredista, ela diz que são fruto de pessoas com más intenções. “Tem gente que gosta de disseminar o caos. Nenhuma reunião feita até agora pelas entidades tratou esse assunto”, disse.
O diretor da Associação dos Praças Militares e Bombeiros de Minas (ASPRA) Sargento Maurício Rodrigues relata que na última sexta-feira foi realizada uma reunião entre cinco associações de militares e que nenhuma das entidades planejava movimentações como as do Espírito Santo.
Sargento Araújo, que é um dos diretores da União Dos Militares do Estado de Minas Geais (UMMG), diz que não existem tratativas neste sentido dentro da entidade. O vice-presidente da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (ASCOBOM), Sargento Salvim, explica que existe um conselho formado pelos representantes da entidades, onde existe o compromisso que nenhum dos grupos pode começar uma mobilização sem que os demais tenham conhecimento. “O grupo avalia as decisões que vão ser tomadas, para que tudo seja decidido pela razão e não pela emoção”, diz.
O major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar relata que em Minas existe um maior alinhamento entre o comando da PM e os policiais. “Temos conversado com as associações e com a tropa, desde o ano passado e temos mantido um franco diálogo”, disse.