Finalmente, gasolina começa a ficar mais barata nas bombas

30/11/2016 | Brasil

Após Petrobras cortar preços duas vezes, consumidor já pode gastar menos para abastecer

Após Petrobras cortar preços duas vezes, consumidor já pode gastar menos para abastecer

FONTE: O TEMPO

 

De outubro para cá, a Petrobras anunciou dois cortes no preço da gasolina. Agora, finalmente o consumidor começa a sentir os preços, mas a justificativa não é a medida da estatal, mas sim a própria concorrência entre os postos de combustível. Em Belo Horizonte, no corredor das avenidas Tereza Cristina e Via Expressa – conhecido pelos menores preços da capital – o litro, que até semana passada custava cerca de R$ 3,36, agora está sendo vendido por R$ 3,30.

Na avaliação do presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) Paulo Miranda, a verdade é que os postos não têm conseguido comprar gasolina mais barato.

O setor não compra direto da refinaria, mas sim das distribuidoras. Mas elas não reduziram os valores e culpam o etanol. Portanto, esses preços menores estão mais relacionados à concorrência, que é muito acirrada”, explica Miranda, lembrando que o setor tem liberdade para cobrar os preços, que são definidos pela concorrência.

Atualmente, o etanol representa 27{4f38b4b7d8b4b299132941acfb1d57d271347fbd28c4ac4a2917fcb5fee07f0b} da mistura da gasolina, o que influencia diretamente no preço.

A Petrobras Distribuidora não comenta a precificação final dos combustíveis, uma vez que a política de preços para o setor é livre. Entretanto, destaca que essa formação de preços sofre outras influências, além do custo repassado pela Petrobras, como da carga tributária, que varia de acordo com cada Estado.

Para quem quer abastecer, o motivo não importa tanto. Seja pela política de redução de preços da Petrobras ou por força da concorrência, os consumidores comemoram a gasolina mais barata. “Esse posto estava cobrando R$ 3,36 na semana passada. Agora caiu para R$ 3,30”, afirma o dentista e policial Flávio Souza.

Diferença. A variação de região para região ainda é grande. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), o preço médio é R$ 3,58, mas pode chegar a R$ 3,99.

Eu moro no Barreiro, lá a gasolina está custando R$ 3,44, por isso prefiro este aqui, que está custando R$ 3,30. E quando vou para Pedro Leopoldo, custa quase R$ 4”, destaca a enfermeira Naiara Drummond.

Eu percebo uma diferença de até R$ 0,15 por litro, dependendo da região”, comenta o servidor público Alexandre Maciel.

O etanol está custando R$ 2,51, o equivalente a 76{4f38b4b7d8b4b299132941acfb1d57d271347fbd28c4ac4a2917fcb5fee07f0b} do valor da gasolina, que tem ganhado a preferência nas bombas. “Prefiro gasolina, porque está compensando mais”, afirma Flávio Souza.


Revisão pode fazer preço voltar a subir

SÃO PAULO. A nova política de preços da Petrobras prevê revisão pelo menos uma vez por mês. O presidente da estatal, Pedro Parente, lembrou que as últimas duas revisões resultaram em quedas, mas salientou que isso não significa que o comportamento vai se repetir para sempre. Uma vez que a política segue a volatilidade de preços e câmbio, o valor poderá aumentar. A nova política é baseada na paridade de importação em reais, incluindo o preço internacional e o câmbio, acrescido de margem de risco e tributos.

Petrobras vê espaço para etanol crescer

SÃO PAULO. A diferença entre a oferta e a demanda de derivados de petróleo no Brasil pode alcançar entre 3 milhões e 10 milhões de metros cúbicos (m3) em 2030, em função da inexistência de refinarias, estimou o presidente da Petrobras, Pedro Parente. Diante disso, ele avalia que existe uma oportunidade favorável para o desenvolvimento do setor de etanol.

“Vemos de um lado um potencial importante, pelo fato de que vai ter uma diferenciação importante entre demanda e oferta”, comentou Parente, durante o Unica Fórum, que reúne agentes do setor sucroenergético, acrescentando também a vantagem do etanol como “substituto renovável, que gera todas as vantagens, em especial emprego e renda para o país”.

Para Parente, a dificuldade no desenvolvimento do setor está relacionada a “problemas específicos”. “As questões do setor devem ser endereçadas por políticas públicas”, disse. Ele reclamou dos impostos estaduais sobre o álcool.

Pré-sal

Liberado. O presidente Michel Temer sancionou a lei que desobriga a Petrobras de participar de todos os consórcios do pré-sal. Agora, a estatal vai poder escolher os campos que deseja.

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