Funed implementa exames e técnicas para diagnóstico e combate à dengue, chikungunya e zika vírus

14/04/2016 | Saúde

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Entre as pesquisas estão o exame de diagnóstico por biologia molecular, produto natural a base de óleos de plantas, o exame com princípio de sorologia e a pesquisa para diagnóstico da dengue em minutos

 

A Fundação Ezequiel Dias está atuando em várias frentes de pesquisa e ação neste momento de proliferação de dengue, chikungunya e zika vírus – doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. No Laboratório de Arbovírus da Funed está sendo realizado o exame para diagnóstico laboratorial do zika vírus com as amostras enviadas por todo os serviços de saúde de Minas Gerais. Um estudo para criar um produto feito a partir de plantas naturais, como orégano e cravo da índia, também está sendo desenvolvido em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC) para uso como larvicida no combate ao mosquito da dengue. 

Além destas pesquisas, um exame de sorologia que possibilita um processo mais simples de análise e conservação de amostras de pacientes com suspeitas de zika virús vai ampliar o diagnóstico e estará disponível na Funed ainda neste primeiro semestre do ano. O teste que detecta a dengue em 20 minutos, criado por pesquisadoras Funed e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no início de 2015, também está em fase avançada de desenvolvimento.

De acordo com a coordenadora e técnica do Laboratório de Arbovírus da Funed, Maira Alves Pereira, o papel da Funed neste período de proliferação das doenças em todo Estado é importante para o auxílio no diagnóstico, possibitando o tratamento mais rápido e eficaz dos doentes com suspeitas.

“Se trata da circulação de um vírus novo, que exige um alto investimento financeiro e técnico para que o Governo de Minas Gerais responda à epidemia das doenças”, enfatiza. A dengue, chikungunya e zika vírus são doenças parecidas e com sintomas similares, então, um resultado negativo “já auxilia o médico para agilizar o tratamento da doença apresentada pelo paciente, pois muitas vezes pode ser um caso bacteriológico e não virótico”, explica Maira.

Exame laboratorial para diagnóstico do zika vírus

Entre as pesquisas da Fundação Ezequiel Dias (Funed) está o exame para diagnóstico laboratorial do zika vírus testadas por biologia molecular. O número de exames será ampliado com a realização do diagnóstico pela Funed, oferecendo qualidade e rapidez nos resultados, desde fevereiro, além de melhorar a vigilância epidemiológica da doença. O exame denominado Biologia Molecular Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em Tempo Real dá o resultado em cinco dias.

“A realização do exame pela Fundação possibilitará que um maior número de amostras sejam analisadas favorecendo a assistência ao paciente e as ações de vigilância epidemiológica, aumentando as possibilidades de controle da circulação do zika vírus no estado”, destaca a coordenadora do laboratório Maira.

O exame PCR em Tempo Real analisa o material genético (RNA) do vírus na amostra do paciente. O RNA é misturado com uma série de regentes que vão amplificar milhões de vezes e, após ser colocado nos equipamentos é possível verificar as curvas específicas que indicam se o vírus existe naquela amostra. É um exame complexo, pois as amostras tem que ser colhidas entre o 1º e 5º após o início dos sintomas e as amostras têm que estar conservadas em freezer a menos 80 graus ou botijão de nitrogênio líquido em até seis horas .

Segundo a coordenadora do laboratório da Funed, com este rigor exigido, o Governo de Minas Gerais, por meio da Funed, comprou botijões de nitrogênio líquido, para todas as regionais de saúde do Estado. Depois de congeladas, as amostras podem ser conservadas por tempo indeterminado. A Funed abastece esses botijões periodicamente e desde que foram comprados a Fundação está conseguindo melhores resultados.

Além da compra dos botijões de nitrogênio, estão sendo mobilizados vários agentes da área da saúde, mais uma ação importante para ampliar os resultados positivos.

Produto natural no combate à dengue

Inovação e consciência ambiental são palavras que marcam o estudo sobre óleos essenciais para o combate do Aedes aegypti. A pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Alzira Batista Cecílio, está desenvolvendo um estudo, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), que propõe o uso de óleos feitos a partir de dez plantas naturais como larvicida.

Para a produção do larvicida, é necessária a extração do óleo de plantas, no qual estão substâncias que são essenciais para o combate do Aedes aegypti. Na atual fase do projeto, o orégano e o cravo da Índia são as plantas que possuem mais enfoque por terem resultados já comprovados, com 100{4f38b4b7d8b4b299132941acfb1d57d271347fbd28c4ac4a2917fcb5fee07f0b} de eficácia na eliminação das larvas em até 24h após a aplicação do produto.

“Sabe-se que no óleo retirado do orégano a substância que prevalece é o carvacol e no cravo é o eugenol. O que estamos fazendo é um estudo para saber a composição química desses óleos para depois adicionar substâncias que possam estabilizar o produto em ambiente externo”, explica Alzira. 

Alzira
complementa que, além da perspectiva ambiental, a partir da criação do produto se espera que o cidadão tenha mais responsabilidade no combate ao mosquito. Quanto às perspectivas da disponibilidade do larvicida no mercado, Alzira é positiva. “Estamos na fase de finalização do produto para patenteá-lo. Esperamos que até o final desse semestre possamos ter finalizado esse processo”, finaliza.

Exame de sorologia no diagnóstico do zika vírus

Um exame para ampliação das possibilidades de diagnósticos do zika vírus será implementado em curto prazo pela Funed: o exame de sorologia. A pesquisa originada no Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, será descentralizada e fornecida para a Funed por meio de um treinamento para formar agentes para trabalhar com a nova técnica.

De acordo com a coordenadora do Laboratório de Arbovírus da Funed, Maira Alves Pereira, o diferencial desta pesquisa é possibilitar uma análise mais simples, pois o material analisado será os anticorpos naturais produzidos pacientes infectados e poderá ser colhida após o 5º dia de infecção, permitindo o diagnóstico do zika vírus em fase de desenvolvimento.  As técnicas para conservação também são mais simples e não será necessário equipamento para manter as amostras congeladas, simplificando e aumentando os diagnósticos.

“Na prática, a sorologia vai possibilitar pesquisar pelos anticorpos, em fase desenvolvimento, ou seja, no momento em que o corpo passa a produzir os anticorpos naturais para o combate da doença”, explica a coordenadora.

O IEC é referência nacional em Arbovírus – doenças causadas por artrópodes. A técnica ainda está em fase de implementação pela Funed, pois a formação de agentes está sendo direcionada à região Norte de Minas, onde há mais manifestações da doença.

Exame em 20 minutos para diagnóstico de dengue

Um teste que vai detectar a dengue em 20 minutos está sendo desenvolvido. O exame foi criado por pesquisadoras da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pode ajudar a agilizar o tratamento contra a doença, uma vez que com o diagnóstico precoce, o paciente não precisa passar uma semana internado em observação.

As pesquisadoras Alzira Batista Cecílio e Erna Kroon criaram o chamado Kit de Diagnóstico Rápido da Dengue, no início de 2015, que utiliza uma nova técnica conhecida como imunocromatografia. O método usa uma pequena fita que, em contato com a amostra do paciente, se contaminado, reage à presença do vírus e muda de cor.

O piloto do produto já está em fase de testes e inicialmente a tecnologia deve ser utilizada na Funed, que recebe anualmente cinco mil amostras de pacientes mineiros para exames laboratoriais. Outra possibilidade, é que o produto seja transferido para a rede farmacêutica do país.

“O protótipo está em fase de finalização. Iremos patenteá-lo e avaliar com o governo ou com empresas do setor privado o interesse em produzi-lo em escala. A previsão é que o produto fique pronto ainda no primeiro semestre deste ano”, diz a pesquisadora Alzira.

Dengue, chikungunya e zika vírus

Para despertar a conscietização da população quanto à proliferação do mosquito Aedes aegypti é necessário entender como ele age e prolifera. Fique atento aos sintomas e manifestações específicas das doenças.

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