Nesta sexta-feira 24/11, chegaram a Israel os primeiros 24 reféns libertados pelo Hamas, horas depois do começo de uma pausa de quatro dias nos combates na Faixa de Gaza.
De madrugada, os últimos bombardeios a Gaza antes da entrada em vigor da pausa, às 7h no horário local. Passado o horário, ainda era possível ver a fumaça.
Amanhecia na prisão israelense de Ofer, perto da Cisjordânia: 39 palestinos – 17 adolescentes e 22 mulheres – foram transferidos para lá, de outras prisões, antes da troca pelos reféns do Hamas. Entre as acusações que pesam sobre esses prisioneiros, estão ataques com faca e pedras contra soldados israelenses e apoio ao terrorismo.
Um ônibus da Cruz Vermelha esperava para levá-los. De longe, parentes dos prisioneiros acompanhavam a movimentação.
Colunas de tanques e blindados israelenses foram vistas deixando o território. Enquanto isso, no sul de Gaza, na fronteira com o Egito, caminhões de ajuda humanitária começavam a entrar em Gaza pela passagem em Rafah.
Havia também palestinos que trabalhavam em outros países quando a guerra começou e que aguardavam uma chance para voltar para casa.
Em uma base israelense, militares esperavam os reféns com roupas e acessórios de higiene pessoal. Helicópteros aguardavam para fazer o transporte dos reféns.
Em Tel Aviv, em frente ao Ministério da Defesa, a mesa do Shabbat continua posta à espera dos reféns. Uma mulher diz que sente um mistura de emoções: o alívio pela libertação de alguns, mas também a preocupação com os que continuam em poder dos terroristas.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acompanhava a situação ao lado do ministro da Defesa, Yoav Gallant. Pouco antes das 16h no horário local, a confirmação: o primeiro grupo de reféns libertados já estava com representantes da Cruz Vermelha.
O Hamas divulgou um vídeo com o momento em que os reféns foram entregues à Cruz Vermelha. Eram 24 pessoas: 13 mulheres e crianças israelenses, algumas com dupla nacionalidade, além de dez trabalhadores tailandeses e um filipino.
As libertações de reféns desta sexta foram negociadas em acordo separados. O acordo para libertação dos israelenses foi mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, entre Israel e o Hamas. Já a soltura dos tailandeses e do filipino fez parte de outro acordo mediado pelo Catar e pelo Egito.
Ambulâncias levaram os reféns de Gaza para o Egito, através da passagem de Rafah. Lá, todos foram submetidos aos primeiros exames médicos. Segundo o porta-voz do Exército israelense, ninguém apresentou emergências de saúde.
O governo de Israel divulgou um protocolo para os soldados receberem as crianças, com orientações como oferecer a mão ou pedir autorização para levantar uma criança com dificuldade de andar e também não responder a perguntas sobre o paradeiro dos pais. Depois, os reféns libertados seguiram para outro posto na fronteira com Israel.
Às 19h, as forças de defesa informaram que o grupo já estava em território israelense e pediram paciência e respeito à privacidade das famílias.
Depois de um dia de muita apreensão, de muita expectativa na Praça dos Reféns, em que as pessoas estavam esperando as notícias, se a libertação ia acontecer mesmo ou não, o começo da noite foi de muita comemoração, muita música. Lavid Lior celebrou a libertação dos reféns cantando por 2h30.
Na Cisjordânia, 33 prisioneiros palestinos que saíram em troca dos reféns chegavam ao checkpoint em Beitunia. Outros seis foram libertados em Jerusalém. Israel não liberou nenhum que tivesse condenação por homicídio.
Em Jerusalém, Marah Bkeer, de 24 anos, reencontrou a família. Ela estava presa desde 2015, quando tinha 16 anos, por esfaquear um policial de fronteira.
*Com informações do JN