Itaúna tem a 3ª maior renda média do estado, aponta pesquisa

14/02/2023 | Itaúna

No ranking estadual, Itaúna fica atrás apenas de Nova Lima e BH – Foto Aérea / Arquivo Iba Mendes

 

 

O município de Itaúna aparece na terceira colocação no estado, com o rendimento dos mais ricos, a média é de R$ 2.581. No ranking estadual, a cidade fica atrás apenas de Nova Lima, na Grande BH (R$ 8.897,08), e a capital Belo Horizonte (R$ 2.925,25)

 

A pesquisa considera a declaração do Imposto de Renda para chegar até o rendimento dos mais ricos, que dificilmente é apurado por outros levantamentos, que perguntam a renda diretamente à população.

 

Já o poder de compra dos municípios vizinhos é bem inferior: Igaratinga (renda média de R$ 394,45), Carmo do Cajuru (R$ 571,14), Mateus Leme (R$ 658,53), Itatiaiuçu (R$ 727,92), Pará de Minas (R$ 1.216,59) e Divinópolis (R$ 1.344,23).

 

A desigualdade social no Brasil é histórica e uma velha conhecida de estudiosos e políticos. Mas ela pode ser ainda maior do que se calculava até então, segundo o “Mapa da Riqueza”, estudo publicado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) nesta semana.

 

em Minas Gerais, a renda média da população vai de R$ 62, no município na última posição do ranking, até R$ 8.897, no mais rico.

 

A pesquisa calcula o principal indicador de desigualdade social utilizado no mundo, o índice de Gini. Quanto mais próximo de um, maior é a desigualdade. O índice habitualmente considerado, calculado pela Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é 0,6013. Já pelo cálculo da FGV, que inclui a renda declarada pelos mais ricos, ele sobe para 0,7068, considerando dados de 2020.

 

“É como se fosse um salto triplo de desigualdade”, pontua o economista Marcelo Neri, um dos autores da pesquisa. Considera-se que cada cada 0,03 pontos de diferença no índice reflete uma grande variação da desigualdade. O pesquisador reforça que a pandemia aprofundou a diferença entre 2019 e 2020. “Os mais pobres tiveram a renda preservada, com crescimento de 0,2% devido ao auxílio emergencial. Os mais ricos perderam 1,5%. Mas a renda do meio da distribuição, a da classe média, caiu quase três vezes mais que isso, 4,2%. Isso levou a um aumento da desigualdade”.

 

A diferença de renda média da população de cada Estado é marcante. A maior está no Distrito Federal, de R$ 3.148. Já a pior está no Maranhão, de R$ 409. Minas Gerais aparece em nono lugar do ranking de 27 posições, com uma renda média de R$ 1.153, abaixo da média nacional de R$ 1.310. No próprio Estado, confira quais são as dez maiores e as cinco menores rendas médias da população:

 

Cidades com as maiores rendas médias em Minas

 

Nova Lima: R$ 8.897
Belo Horizonte: R$ 2.925
Itaúna: R$ 2.581
Brumadinho: R$ 2.087
Lagoa Santa: R$ 2.022
Uberlândia: R$ 1.820
Juiz de Fora: R$ 1.779
Araxá: R$ 1.689
Poços de Caldas: R$ 1.633
Uberaba: R$ 1.630

 

Cidades com as piores rendas médias em Minas

 

Verdelândia: R$ 62
São João do Pacuí: R$ 78
Monte Formoso: R$ 81
Cônego Marinho: R$ 87
Matias Cardoso: R$ 87
Fruta de Leite: R$ 88
Pedras de Maria da Cruz: R$ 89
Pintópolis: R$ 89
Mamonas: R$ 89
Santo Antônio do Retiro: R$ 90

 

O ranking completo, com informações de todos os 853 municípios mineiros, está disponível no site do Mapa da Riqueza, do FGV Social Os dados também consideram qual é a renda média de quem declara o Imposto de Renda e o patrimônio líquido da população.

 

Em Belo Horizonte, por exemplo, a renda média apenas dos declarantes sobe para R$ 11.341. A maior renda de declarantes do Estado também é de Nova Lima, de R$ 27.017. No Brasil, ela só perde para a dos declarantes da região administrativa do DF Lago Sul, em que chega a R$ 39.535.

 

O economista Marcelo Neri destaca que os resultados são uma ferramenta para delinear decisões governamentais. “Os dados ajudam no desenho de políticas públicas, como a reforma do Imposto de Renda e o imposto sobre patrimônio, que parecem estar na agenda”, diz. Hoje, pessoas que ganham um salário mínimo e meio pagam Imposto de Renda, enquanto fortunas advindas de lucros e dividendos de grandes empresas passam à margem dele.

 

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