Justiça dos EUA rejeita liminar do Rumble contra Moraes

25/02/2025 | Brasil

 

Elon Musk iniciou ataques ao ministro na rede X – Foto Fábio Rodrigues Pozzebom / Agencia Brasil

 

 

A Justiça dos Estados Unidos rejeitou o pedido de liminar da plataforma de vídeos Rumble e da Trump Media contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

As empresas acusam Moraes de censura e pediam no processo que ordens feitas pelo ministro para que aplicativos e contas do Rumble sejam derrubados não tivessem efeito legal nos Estados Unidos.

 

A corte estadunidense manteve em aberto a análise do mérito do caso, mas afirmou que há falhas na entrega de documentação da ação e que o tribunal desconhece ações de Moraes ou do governo brasileiro “para domesticar as ‘ordens’ ou pronunciamentos conforme protocolos estabelecidos”.

 

A juíza do caso ainda explica que há questões de jurisdição a serem analisadas.

 

A plataforma de vídeos queria, via Justiça americana, barrar decisões do Supremo. A empresa se uniu à Trump Media na ofensiva horas após a denúncia contra Jair Bolsonaro ser apresentada pelo procurador-geral da República.

 

Ato contínuo, Elon Musk iniciou ataques ao ministro na rede X. Ele atua para o governo Trump.

 

Na decisão de três páginas, a magistrada americana cobra documentação e formalidades do processo, além de apontar lacunas por parte dos representantes contra Moraes.

 

Processo contra Moraes

 

A plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media, grupo de comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump, apresentaram na quarta-feira 19/2, à Justiça americana uma ação contra Moraes acusando o ministro do STF de censura.

 

O processo pede que ordens feitas pelo ministro do STF para que aplicativos e contas do Rumble sejam derrubados não tenham efeito legal nos Estados Unidos.

 

No texto, a acusação afirmava que a base para a abertura do processo foi o bloqueio de Moraes de contas no Rumble de uma série de usuários, incluindo um “muito conhecido”.

 

Segundo a decisão, trata-se do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que vive nos Estados Unidos. Alexandre de Moraes já havia determinado anteriormente a prisão do blogueiro, que é considerado foragido pelo STF.

 

As exigências de Moares incluem:

 

– apresentação de um representante legal no Brasil;

– bloqueio do canal de Allan dos Santos e de novos cadastros;

– interrupção de repasses financeiros ao influenciador.

 

Outras redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, já haviam sido notificadas anteriormente e cumpriram as determinações.

 

🔎 O que é o Rumble

 

O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google. Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é “proteger uma internet livre e aberta” e já se envolveu em diversas controvérsias.

 

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

 

Na nova ação apresentada, as empresas afirmam que Moraes está ignorando canais legais e “deliberadamente contornando a supervisão do governo dos EUA”.

 

 

 

 

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