Lotes de sabão em pó com indícios de falsificação foram recolhidos das prateleiras de pelo menos dois supermercados, em Divinópolis, na terça-feira 15/2. Os nomes dos supermercados envolvidos não foram divulgados. A ação faz parte do inquérito que investiga uma organização criminosa responsável pela fabricação de sabão em pó falsificado no Centro-Oeste de Minas.
De acordo com a Polícia Civil, as empresas envolvidas estão colaborando e apresentaram nota fiscal dos produtos. A princípio, também são vítimas. Os produtos recolhidos passarão por perícia.
NOTA À IMPRENSA: Em relação às apreensões de sabão em pó falsificado realizadas ontem (15/2), em supermercados na região Centro-Oeste, a Policia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que, alguns lotes dos produtos com indícios de falsificação encontrados nas gôndolas de pelo menos 02 redes de supermercados foram separados para serem submetidos à perícia. As empresas envolvidas estão colaborando com a polícia, apresentaram nota fiscal dos produtos e, à princípio, também são vítimas. Um inquérito policial foi instaurado para apurar os casos e as investigações prosseguem.
Uma operação realizada na segunda-feira (14) resultou na apreensão de 300 toneladas de sabão em pó falsificado, milhares de caixas de papelão da marca OMO e equipamentos de produção em Itaúna, Divinópolis e São Gonçalo do Pará.
Em coletiva na terça, o delegado da Polícia Civil Wesley de Castro explicou que o grupo que estava agindo em Divinópolis e São Gonçalo do Pará é o mesmo que havia sido identificado pela polícia em apreensão ocorrida em Nova Serrana no ano passado.
“Essa organização criminosa, a principio, atuava na cidade de Nova Serrana. Contudo, após atuação da Polícia Civil e por duas vezes da Polícia Militar (PM) essa organização deixou de atuar em Nova Serrana e se rearticulou para fazer a operação ilícita em Divinópolis e São Gonçalo do Pará, visando dificultar a atuação da polícia. Essa organização dividiu a produção em galpões distintos”, explicou.
Ainda segundo o delegado, um galpão localizado em Divinópolis era utilizado como depósito do sabão em pó. Outros três galpões em São Gonçalo do Pará eram utilizados para armazenar as embalagens falsificadas e insumos, e para fazer o procedimento de colocar o sabão nas caixas.
“Esse sabão em pó vinha todo do Estado da Bahia, de uma empresa registrada. Aqui ele recebia a embalagem falsificada da marca OMO, da empresa Unilever. Então, a Policia Civil, através das investigações, conseguiu desarticular toda essa cadeia de produção inicial”, disse o delegado.
Com relação ao rótulos falsificados do sabão, a polícia disse que o material vinha do Estado de São Paulo. A empresa responsável por essa produção também é alvo de investigação.
Prisão
Segundo Wesley, o gerente do galpão de estocagem onde ficava o sabão em pó falsificado foi detido e teve a prisão ratificada pelos crimes de falsificação de produto destinado a saneamento, lavagem de dinheiro e também organização criminosa.
“Temos, inicialmente, que cerca de 30 pessoas estejam envolvidas nesta organização na parte de produção. Todas essas pessoas que participavam da produção são oriundas de Nova Serrana, porque o objetivo era que ninguém de São Gonçalo do Pará tivesse conhecimento desses fatos”, acrescentou.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações irão continuar para que sejam identificados todas as pessoas envolvidas na organização criminosa, bem como quem eram os responsáveis por distribuir estes produtos falsificados no mercado.
Entenda o caso
Além do sabão em pó falsificado, foram apreendidas seis carretas, dois caminhões, três empilhadeiras, três betoneiras e três esteiras de produção.
“Foram apreendidas, aproximadamente, 300 toneladas de sabão em pó falsificado. A princípio, seriam produzidos em média, 37 mil caixas por dia com a vasão de 30 toneladas ao mês e um lucro livre estimado em R$ 3 milhões às pessoas que produziam esse material”, destacou o delegado Wesley de Castro.
No ano passado, duas apreensões de sabão em pó falsificado foram realizadas na região, ambas em Nova Serrana. Na primeira, em junho, mas de 50 toneladas foram apreendidas. Em agosto, a apreensão foi de 25 toneladas.
Nota da Unilever
Em nota, a empresa Unilever informou que a OMO acompanha de perto as investigações de todos os casos de falsificação dos quais é vítima e que coopera com as autoridades policiais sempre que solicitada.
Com o G1