Aproximadamente 200 pessoas fazem protesto pelas ruas e avenidas do hipercentro
Uma manifestação de integrantes do movimento Tarifa Zero BH complica o trânsito no início da noite desta quinta-feira no Centro de Belo Horizonte. O grupo protesta contra o aumento da passagem que passa a valer a 0h deste domingo. O reajuste foi anunciado pela BHTrans. Aproximadamente 200 pessoas participam do ato. A avenida Paraná, por onde circula o BRT/Move, foi fechada e as estações do sistema rápido de ônibus foram pichadas. O terminal Tamóios chegou a ser invadido.
O grupo se reuniu no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro por volta das 17h e às 18h tomou a Praça Sete. Com faixas e bandeiras, os manifestantes chegaram a fechar uma parte das avenidas Amazonas e Afonso Pena. Em seguida, os jovens fecharam a avenida Amazonas em direção a Praça Raul Soares.
Depois, os manifestantes foram para a Avenida Paraná onde fecharam a pista por onde trafega os ônibus do BRT/Move, o sistema rápido por ônibus da capital mineira. Uma catraca foi levada pelos jovens e em seguida queimada.
O clima ficou tenso na Avenida Paraná por volta das 18h30. Os manifestantes invadiram a estação Tamoios do BRT, assustando passageiros que aguardavam o ônibus. Algumas pessoas chegaram a balançar os vidros do terminal, mas nenhum foi quebrado. Pichações contra o aumento, com os dizeres, “BRT Enganação” e “R$ 2,85 o pau vai quebrar” foram feitas na plataforma.
A Polícia Militar acompanha o protesto de longe. Muitos comerciantes da Avenida Paraná fecharam as portas com medo de depredação. O trânsito foi totalmente fechado na avenida e dois ônibus do BRT foram estacionados no cruzamento com Rua Tupis.
Às 19h, o grupo seguiu pela avenida Paraná e parou no cruzamento com Rua Caetés. Durante o trajeto, as estações Tupinambás e Carijós do BRT/Move também foram pichadas com palavras contra o aumento da passagem de ônibus. Por causa do trânsito fechado, os veículos do sistema não fazem o trajeto completo. Quando chegam na Avenida Santos Dumont, os carros estão retornando em direção a Avenida Cristiano Machado.
Por volta das 19h15, o grupo seguiu até a Avenida Santos Dumont e em seguida pegaram a Rua São Paulo. Possivelmente vão retornar para a Praça Sete. O movimento segue pacífico sem nenhum confronto com a Polícia Militar.
Às 19h40, depois de passarem novamente pela Praça Sete, onde o trânsito voltou a ser fechado, os 200 manifestantes seguiram pela a Avenida Afonso Pena até a porta da Prefeitura de Belo Horizonte. Os dois sentidos da via foram interditados, segundo a BHTrans.
A empresa que administra o trânsito na capital informou, às 19h46, que o desvio emergencial feito na Avenida Paraná, por onde passa os veículos do BRT/Move, durou aproximadamente 20 minutos. Os carros do sistema voltaram a rodar pelo trecho por volta das 19h40.
Às 20h15, os manifestantes seguiram fechando os dois lados da Avenida Afonso Pena. Os jovens voltaram a colocar papelões em volta de uma catraca e atearam fogo. Alguns manifestantes já começam a dispersar. Trânsito é lento na região.
Os manifestantes deixaram a via no sentido Bairro/ Centro às 20h20 e o trânsito foi liberado. O outro lado da avenida ainda é ocupado por aproximadamente 30 pessoas. A via foi totalmente liberada 10 minutos depois, quando o protesto terminou.
Evento marcado pelas redes sociais
O evento denominado “Se a tarifa aumentar, a cidade vai parar!”, foi organizado nas redes sociais pelo movimento Tarifa Zero BH, e protesta contra o aumento da passagem do transporte público na capital mineira, anunciado no Diário Oficial da União (DOM) desta quinta-feira. Na página do grupo no Facebook, os organizadores prometem uma série de ações como a de hoje para que o valor da passagem não seja alterado.
No próximo domingo, as linhas que custavam $ 2,65 passam a custar R$ 2,85. As passagens das linhas circulares e alimentadoras vão de R$ 1,90 para R$ 2,05. Conforme a portaria, a passagem do transporte suplementar que também custava R$ 1,90 passa para R$ 2,05; a de R$ 2,15 para R$ 2,35 e de R$ 2,65 para R$ 2,85.
A BHTrans explicou, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, os motivos para o aumento da tarifa do transporte coletivo de Belo Horizonte. De acordo com a empresa que coordena o trânsito da capital, o reajuste das passagens já estava previsto nos contratos de concessão assinados com as empresas de ônibus. O presidente da autarquia, Ramon Victor Cesar, também falou das manifestações e solicitou que, caso haja protestos, que eles sejam pacíficos.