"Mar de Lama" tem novos alvos de desvio de verba em Valadares

19/05/2016 | Minas Gerais

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A terceira fase da Operação “Mar de Lama”, que apura desvio milionário dos cofres públicos de Governador Valadares, região Leste de Minas, foi deflagrada nesta quinta-feira (19).

Mais de 160 agentes dos ministérios públicos de Minas (MPMG) e Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Polícia Militar e do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle cumprem 61 ordens judiciais.

São cinco mandados de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 21 de busca e apreensão, além de 17 de afastamento de cargo e três de sequestro de bens em Valadares, Belo Horizonte e Nova Lima.

As suspensões atingem servidores públicos que atuam na Prefeitura e Câmara Municipal de Governador Valadares, no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e na Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais.

Todos os mandados foram expedidos pelo juiz Luiz Augusto de Souza Melo. Na nova fase da operação, são investigados crimes praticados no âmbito da Justiça Estadual. Os presos serão ouvidos na Delegacia da Polícia Federal e, posteriormente, encaminhados ao Presídio Regional de Governador Valadares.

Os autores, nas medidas de suas participações, responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude à licitação, advocacia administrativa e de organização criminosa.

Em fases anteriores, a operação afastou sete vereadores, além de agentes públicos e empresários. Na segunda-feira (16), 22 pessoas foram denunciadas pelos crimes de dispensa indevida de licitação, fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e falsidade ideológica.

 

Investigação 

A investigação “Mar de Lama” começou em 2013, mas foi deflagrada, em duas fases, em abril deste ano. Até o momento, 26 servidores foram afastados das funções, sendo que 13 deles são vereadores.

Segundo a PF, um grupo foi instalado no Executivo do município e no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da cidade, composto por agentes públicos do alto escalão da administração pública municipal e financiado por empresários contratantes com o serviço público.

O nome da operação se refere aos alagamentos causados pelas chuvas torrenciais que atingiram a cidade de Governador Valadares e causaram grande destruição ao município, no terceiro trimestre de 2013. Os desvios teriam ocorrido, então, nas obras para recuperar a cidade dos impactos das chuvas.

As investigações começaram em 2013 quando o Ministério da Integração Nacional repassou R$ 4,5 milhões à cidade para ajudar a recuperar vias e canais destruídos pela chuva.

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