Militares desistiram de matar Moraes por falta de adesão

26/11/2024 | Brasil

Trama golpista e homicida ocorreu entre o final de 2022 e 2023 – Foto Pedro Franca / Agencia Senado

 

 

Relatório da Polícia Federal divulgado nesta terça-feira 26/11, mostra que um grupo de militares desistiu de um plano para matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de adesão da cúpula das Forças Armadas.

 

O plano para matar Moraes — e também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin — foi revelado na semana passada.

 

A trama golpista e homicida ocorreu entre o final de 2022 e o início de 2023, após Lula ter ganhado a eleição de Bolsonaro. O objetivo do plano, segundo a PF, era favorecer Bolsonaro e mantê-lo no poder.

 

No dia 15 de dezembro, os militares estavam em pontos estratégicos nas ruas de Brasília para capturar Moraes e executá-lo. Mas desistiram.

 

Segundo a PF, em determinado momento daquele dia, o general Mario Fernandes, um dos golpistas e então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, fala com o general e então ministro Luiz Eduardo Ramos sobre anuência de Bolsonaro e das Forças ao plano.

 

“Exatamente no dia 15/12/2022, às 12h19min, Mario Fernandes encaminha uma mensagem de áudio para o general Ramos, então secretário-geral da Presidência da República, em que relata que o comandante do Exército, general Freire Gomes, iria até o Palácio do Alvorada para avisar ao presidente Jair Bolsonaro a anuência à ruptura institucional. Diz: ‘Kid preto, algumas fontes sinalizaram que o comandante da Força sinalizaria hoje, foi ao Alvorada para sinalizar ao presidente que ele podia dar ordem’ “, escreve a PF.

 

Mas, segundo a PF, os golpistas perceberam a falta de adesão.

 

“No entanto, apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes foi ‘abortada’ “, completou a PF.

 

 

 

 

 

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