Minas Gerais vai receber, nos próximos dias, remessa de medicamentos sedativos para o atendimento de pacientes no estado. O baixo estoque do chamado kit intubação é hoje a maior preocupação do governo mineiro, uma vez que a ausência desses remédios dificulta a manutenção de leitos de UTI, especialmente os destinados aos internados com covid-19.
Em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (15/4), o governador Romeu Zema e o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, ressaltaram que a chegada dos medicamentos representa um alívio para o sistema de Saúde mineiro.
“Estamos numa batalha pela busca de medicamentos. Diversos municípios passaram a ter dificuldades nessa compra e o Estado conseguiu uma quantidade expressiva de medicamentos para facilitar o trabalho das prefeituras”, destacou o governador.
“Iremos receber grande remessa nesse final da semana de medicamentos vindos de Shangai. O Ministério da Saúde fez essa compra e será entregue hoje à noite em Guarulhos. Temos também as compras unilaterais do Estado sendo consolidadas até o final da semana e semana que vem com mais 150 mil ampolas de sedativos. Hoje esse é o maior problema na manutenção de leitos, alguns já foram fechados por falta de medicamento”, explicou o secretário.
Expectativa positiva
De acordo com Baccheretti, nos últimos dias a Secretaria de Saúde (SES-MG) precisou distribuir o estoque de medicamentos com base na Rede Solidária, que identifica um local que ainda tem sedativos restantes para que possa ser enviado a outra localidade. “Está ainda muito difícil, mas a nossa expectativa é que a gente regularize nas próximas semanas esse ressuprimento”, salientou.
Ainda de acordo com o secretário, a chegada dos medicamentos foi decisiva para permitir a progressão de metade das macrorregiões do Estado para a onda vermelha do plano Minas Consciente, já no próximo sábado (17/4). “Esse novo cenário nos deixou mais tranquilos com relação à decisão dada pelo Comitê Extraordinário Covid-19. Lembrando que decisões tomadas agora geram reflexos em cerca de três semanas”, salientou.
Além de Triângulo do Norte, Triângulo do Sul e Noroeste, que deixaram a onda roxa anteriormente, poderão avançar as regiões Sul, Norte, Sudeste e Jequitinhonha.
Atualmente, em todo o estado, 394 pacientes aguardam vaga de UTI, número que vem reduzindo de forma sistemática. Há expectativa de redução no número de casos e queda na taxa de ocupação.
“Ainda temos um crescimento claro de óbitos, mas a tendência é de queda nos casos confirmados, o que deve se consolidar nas próximas semanas. A taxa de ocupação permanece alta, mas temos ocupação em queda em várias regiões”, completou Fábio Baccheretti, que fez questão de ressaltar a necessidade de manter as medidas de isolamento social, distanciamento e uso de máscara e álcool gel. “A onda roxa continua como uma alternativa para o estado, estamos sempre analisando os dados. É importante a sensibilização de todos para que a gente não precise passar por isso de novo”, ressaltou.
Remessa de vacinas
O Governo de Minas receberá nova remessa com cerca de 600 mil vacinas de AstraZeneca e Coronavac dentro do Plano Nacional de Imunização (PNI) nos próximos dias, principalmente para aplicação da primeira dose. O quantitativo permitirá que 100% dos trabalhadores de Saúde e de idosos acima de 65 anos estejam imunizados em Minas, além de ampliar o público entre 60 e 65 anos no estado e profissionais das forças de Segurança Pública.
A SES está fazendo um grande diagnóstico junto às regionais de Saúde para identificar municípios que ainda estão com doses em estoque e os que precisam de equipamentos, como geladeiras, para reforçar a vacinação.
“A secretaria está fazendo de forma imediata a distribuição das primeiras doses, no dia seguinte à chegada. Quando são remessas de segunda dose, como tem muita segunda dose nos municípios ainda, a gente tem sido um pouco conservador para não ter risco de perder a vacina com uma entrega no final de semana”, esclarece o secretário.
Parceria com municípios
Para acelerar a vacinação em todo o território mineiro, nesta que é maior operação de imunização na história de Minas Gerais, o governador Romeu Zema ressaltou a importância das ações conjuntas com as prefeituras mineiras, principalmente por meio do diálogo estreito com a Associação Mineira dos Municípios (AMM) e a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel).
“Quero fazer um agradecimento ao presidente da AMM, Julvan Lacerda, que tem se empenhado pessoalmente junto aos 853 municípios para que essas questões fluam com mais rapidez. E também um agradecimento à presidente da Granbel, Ilce Rocha. Marquei uma reunião com os dois para levarmos adiante esse diálogo entre Estado e Municípios”, disse o governador.
Como apoio à vacinação realizada pelas prefeituras, desde o fim do ano passado, o governo comprou 50 milhões de seringas distribuídas com antecedência às prefeituras, além de 700 refrigeradores enviados para diversas regiões do estado, antes da chegada da primeira remessa de vacinas, em janeiro. “Também colocamos todas as aeronaves do Estado à disposição para levar a vacina às prefeituras. No processo de vacinação, é fundamental que haja esse sincronismo, essa coordenação, esse trabalho conjunto entre os estados e os municípios”, completou o governador.