Minas tem 132 cidades em emergência

9/02/2015 | Minas Gerais

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Estado de extremos. Problemas com a seca e o excesso de chuvas simultâneos. Essa é a situação atual em Minas. A crise hídrica assola a capital e praticamente todas as regiões mineiras. São 126 municípios em estado de emergência por causa da seca, sendo que em 16 deles o decreto foi assinado em janeiro. Por outro lado, seis cidades encontram-se na mesma situação devido aos danos causados por temporais, que já deixaram 2.955 pessoas desabrigadas e danificaram 355 casas no território mineiro, segundo balanço da Defesa Civil estadual. Três pessoas morreram em consequência das chuvas do atual período.Nem bem se recuperaram do longo período de estiagem, municípios vivem os dramas de inundações, dos desabrigados e da destruição de casas.

 

Nem bem se recuperaram do longo período de estiagem, municípios vivem os dramas de inundações, dos desabrigados e da destruição de casas. Em Itaverava, na Zona da Mata, fortes chuvas atingiram 70 famílias e agora as autoridades municipais contabilizam os prejuízos, depois de ser decretada situação de emergência.

Se não havia água em excesso, o Rio Vassouras hoje tem volume suficiente para garantir a captação da Copasa e o abastecimento da população, de cerca de 5,8 mil habitantes.
Ainda na Zona da Mata, na divisa com o Rio de Janeiro, o município de Matias Barbosa (13,4 mil habitantes) também viveu dias de desespero com as fortes chuvas no início do ano, o que levou ao decreto de situação de emergência. Setenta e cinco famílias ficaram desalojadas. Nesta semana voltou a chover em Matias Barbosa, sem causar danos.

No Norte de Minas, uma das maiores surpresas ocorreu em Januária, já que, em meio aos efeitos de uma das piores secas da história da região, os moradores tiveram prejuízos com um forte temporal que atingiu a cidade no meio da semana passada. Em um intervalo de pouco mais de 12 horas, entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira, caíram 148 milímetros. Ruas e casas foram inundadas em quatro bairros da cidade, deixando 20 famílias desalojadas e outra desabrigada. 

Na região, o sol escaldante do “veranico” de janeiro havia destruido praticamente 100{4f38b4b7d8b4b299132941acfb1d57d271347fbd28c4ac4a2917fcb5fee07f0b} das lavouras de milho e feijão e provocou o secamento de pequenos rios e córregos. As consequências da chuvarada também foram ruins na zona rural de Januária, onde famílias de pequenos produtores, depois de ter as plantações destruídas pelo sol forte, ficaram isoladas, já que os temporais danificaram as estradas de terra.

No Norte de Minas, na localidade de Santos Reis, próximo ao distrito de Catuni, na zona rural de Francisco Sá, uma tempestade na semana passada, acompanhada de granizo e vento forte, derrubou árvores e destelhou oito casas.
O temporal contribuiu para aumentar a vazão do Rio Gorutuba, que nasce perto de Santos Reis. Como mostrou reportagem do Estado de Minas, até a semana passada, em função da estiagem prolongada, o Gorutuba se resumia a um filete na altura de Catuni. No mesmo rio, a 120 quilômetros da sua nascente, no município de Janaúba, está a Barragem do Bico da Pedra, que abastece Janaúba e Nova Porteirinha e fornece água para os 345 produtores do projeto de irrigação do Gorutuba. Por causa da seca, a barragem teve o nível reduzido, ficando com 20{4f38b4b7d8b4b299132941acfb1d57d271347fbd28c4ac4a2917fcb5fee07f0b} da sua capacidade.

Desde meados de janeiro, Francisco Sá – de 23,4 mil habitantes – está em situação da calamidade pública por causa da escassez de água. A barragem do Rio São Domingos, que abastece a cidade, baixou muito. Com isso, os moradores passaram a conviver com o racionamento, recebendo água em casa de forma alternada – dia sim, dia não. Praticamente toda a população da zona rural do município (em torno de 7 mil famílias) está sendo abastecida por caminhões-pipas.

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