Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Thiago de Lima Ribeiro, de 21, Nicolas Oliveira Kovaleski, de 16, e Karla Aparecida dos Santos, de 19, foram achados mortos dentro de uma BMW em Balneário Camboriú nessa segunda-feira 01/01/2024. Os jovens viviam em Paracatu, na região Noroeste de Minas.
O que aconteceu
As vítimas estavam dentro de um carro estacionado na rodoviária de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Eles teriam ido ao local para buscar uma amiga, que saiu de Minas Gerais para se encontrar com o grupo, que morava em Florianópolis há cerca de um mês. Quando a mulher chegou, ela encontrou os quatro passando mal, com ânsia de vômito e tontura. As vítimas teriam ficado cerca de quatro horas no carro, com o ar-condicionado funcionando, tentando melhorar, o que não ocorreu.
Os jovens acreditavam estar passando mal por terem comido um cachorro-quente. A mulher optou não ficar no carro com eles, mas ia e voltava ao veículo para ver como todos estavam. Em determinado momento, ela percebeu que a situação se agravou muito e chamou as autoridades.
Socorro
Informações iniciais dão conta de que, enquanto estavam passando mal, o adolescente de 16 anos teria ligado para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas nenhuma equipe teria comparecido no local. A prefeitura de Paracatu afirmou que irá pedir explicações sobre o possível não atendimento da ocorrência.
“É uma questão que precisa ser melhor explicada. Se de fato tiver ocorrido essa negligência, é grave e cabem providências jurídicas por parte das famílias”, disse o prefeito Igor Santos (União Brasil).
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina, que é responsável pelo serviço, afirmou que a informação de que o atendimento teria sido negado não procede.
Investigação
O carro em que estavam os quatro mineiros sofreu customização do cano de descarga dias antes do ocorrido, informou, na segunda-feira 01/01/2024, o delegado Bruno Effori, responsável pela investigação.
Essa personalização é uma das linhas de investigação sobre o que teria levado à suposta intoxicação por monóxido de carbono das quatro vítimas.
“Vamos tentar fazer esse vínculo para apurar se a causa da morte é justamente fruto dessa customização que ocorreu dias atrás”, disse.
A investigação policial vai apurar onde e como ocorreu a customização do cano de descarga, para estabelecer se houve algum problema no trabalho de personalização.
O delegado também explicou que as “informações preliminares indicam que houve vazamento entre o motor e o painel do veículo, causando intoxicação e asfixia por monóxido de carbono nas quatro vítimas”. “Uma fatalidade ocasionada por um defeito”, prosseguiu.
Apesar disso, a polícia não descarta outras linhas de investigação, “caso surjam novas provas”. Segundo ele, no entanto, o Instituto Médico Legal não encontrou “sinais de violência nas vítimas, o que descarta, em um primeiro momento, uma morte violenta”.
Velório
Os jovens serão velados no ginásio do Jóquei Clube de Paracatu. Os corpos já deixaram a cidade catarinense e devem chegar ao município mineiro até o fim desta terça-feira (2 de janeiro). O horário do velório ainda não foi definido, mas deverá ter início na manhã de quarta-feira (3 de janeiro).
Entenda a intoxicação por monóxido de carbono
A intoxicação ocorre da seguinte forma: as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio do pulmão para os tecidos do corpo). Com isso, a circulação de ar é prejudicada, fazendo com que órgãos fiquem sem oxigênio. A consequência é a asfixia.
O monóxido de carbono é um subproduto da queima incompleta de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel. Com isso, é liberado pelos veículos e pode representar um risco à saúde humana em caso de ausência de ventilação adequada. Túneis e estacionamentos cobertos são exemplos de lugares onde a concentração do produto pode ser maior.
*Com informações O Tempo