Minas Gerais registrou alta de 44% nos casos positivos de dengue em uma semana. O número de diagnósticos para a doença passou de 13.802 para 19.859. As mortes também tiveram aumento e, agora, o Estado contabiliza sete mortes. Especialista alerta para a época de pico da doença, já que o tempo está quente e chuvoso.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgados no começo desta semana, apontam para a possibilidade do crescimento de diagnósticos positivos, já que o Estado tem 70.494 casos prováveis. O número de óbitos em investigação é de 33. O sorotipo de dengue mais circulante, até o momento, é o 1, ainda segundo a pasta.
“A dengue vem em ciclos e temos quatro tipos, quando o sorotipo volta a circular após um período, a tendência é de mais casos, pois a população está desprotegida. A imunização acontece ao ter a doença. É preocupante tantos casos, pois já tivemos época em que foi preciso instalar contêineres para atender os pacientes”, destaca o médico infectologista Leandro Curi.
Atualmente, a conscientização das pessoas e, consequentemente, os cuidados com água parada em calhas, vasos de plantas e outros recipientes é a forma eficaz de combater o mosquito Aedes aegypti, que é o vetor da dengue, zika e chikungunya. No entanto, Curi ressalta que as arboviroses só serão, de fato, erradicadas quando houver vacinação.
“Infelizmente, somente com as campanhas e o aprendizado não conseguimos erradicar. Sempre temos acúmulo de água. Doenças infectocontagiosas não seriam em grande volume se a população agisse corretamente para prevenir. Batemos nessa tecla durante tantos anos, mas não tivemos o resultado desejado”.
O especialista destaca que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última quinta-feira (3), o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. De acordo com a agência, o imunizante será administrado via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
Enquanto a vacinação não acontece, combater os focos de proliferação do Aedes se faz necessário. “Uma coisa que sempre gosto de enfatizar ao tratar esse tema é que o vetor tem que ser combatido na época fria e seca. Ou seja, precisamos fazer as limpezas antes, pois quando chove já é tarde. Neste período em que temos explosão de casos de dengue, o recomendado é utilizar repelente continuamente”, afirma o infectologista.
O que tem sido feito
Procurada pela reportagem, a SES-MG informou que dentre as ações realizadas destacam-se o monitoramento semanal de casos, a elaboração de boletim epidemiológico e o planejamento de solicitação de inseticida junto ao Ministério da Saúde para o envio aos municípios, além de reuniões semanais com as Regionais de Saúde a respeito de medidas de prevenção e controle das arboviroses (dengue, zika e Chikungunya).
Dentre as ações da Secretaria, destacam-se o monitoramento semanal de casos, a elaboração de boletim epidemiológico e o planejamento de solicitação de inseticida junto ao Ministério da Saúde para o envio aos municípios, além de reuniões semanais com as Regionais de Saúde a respeito de medidas de prevenção e controle das arboviroses (dengue, zika e Chikungunya).
“Outra frente de atuação é a capacitação profissional. A SES-MG lançou, recentemente, o curso “Manejo Clínico para Arboviroses I-Dengue”. Por meio deste curso, a SES-MG espera reduzir as complicações causadas pela dengue, principalmente aquelas consideradas evitáveis, ligadas ao atendimento nas Unidades de Saúde. Além disso, a Secretaria pretende sensibilizar os profissionais da saúde quanto à importância da notificação dos casos de dengue em seus territórios, para que o estado elabore ações efetivas de enfrentamento à doença, com base na realidade de cada região”, esclareceu.
Arboviroses
Confira o cenários das arboviroses, em Minas Gerais, até 6 de março de 2023
Chikungunya
Casos prováveis – 23.099
Casos confirmados – 5.705
Óbitos confirmados – 0
Óbitos em investigação – 4
Zika
Casos prováveis – 115
Casos confirmados – 3
Óbitos confirmados – 0
O boletim epidemiológico pode ser lido clicando aqui.
Por O Tempo