Número de mortos em Valência sobe para quase 100

30/10/2024 | Brasil, Mundo

 

Trilho de trem em Picanya, perto de Valencia, na Espanha, após chuvas torrenciais – Foto Jose Jordan / AFP

 

 

Uma enchente repentina em Valência, no leste da Espanha, deixou ao menos 92 pessoas mortas, segundo as autoridades locais, nesta quarta-feira 30/10.

 

A força das águas arrastou carros, transformou ruas de vilarejos em rios e interrompeu linhas ferroviárias e rodovias.

 

A enchente, a pior em décadas no país europeu, foi provocada por chuvas torrenciais que atingiram a região na terça 29/10, por conta de uma frente fria. A cidade de Valência, a terceira maior da Espanha, foi muito afetada, principalmente na região sul.

 

Vários municípios ao redor da cidade também foram atingidos; três pessoas morreram.

 

Vídeos compartilhados nas redes sociais durante a noite mostraram pessoas presas pelas águas da enchente, e outras em árvores tentando evitar serem levadas pela correnteza.

 

Um trem de alta velocidade que tinha quase 300 pessoas a bordo descarrilou perto de Málaga, cidade da costa mediterrânea que fica a cerda de 600 quilômetros de Valência. Autoridades locais não relataram feridos. O serviço de trens entre Valência e Madri foi interrompido, assim como outras linhas na região.

 

Em alguns municípios próximos a Valência, como Turís e Utiel, choveu o esperado para o ano inteiro. O município de Paiporta, conurbado com Valência, ficou “incomunicável” e pode ter “dezenas” de vítimas, disse a prefeita à mídia espanhola.

Aumento da temperatura no Mediterrâneo

 

Meteorologistas espanhóis relacionam a intensidade das chuvas com o aumento da temperatura do mar Mediterrâneo. Valência fica na costa mediterrânea da Espanha.

 

A agência meteorológica estatal espanhola (Aemet) declarou alerta vermelho em Valência. As tempestades devem continuar até quinta-feira 31/10, de acordo com o serviço meteorológico nacional da Espanha.

 

A cidade de Valência foi destruída por uma enchente na década de 1950, quando uma chuva intensa causou o transbordamento do rio Túria, que atravessa a cidade. Mais de 80 pessoas morreram. O episódio motivou o desvio do leito do rio e a construção do Parque do Jardim do Túria, que se estende pela cidade.

 

Alertas e 3 dias de luto

 

As tempestades levaram as autoridades nas áreas mais atingidas a aconselhar os cidadãos a ficarem em casa. O presidente regional do leste de Valência, Carlos Mazón, disse nesta quarta que algumas pessoas permanecem isoladas pelas enchentes.

 

O governo da Espanha decretou três dias de luto oficial pelas vítimas. O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, pediu aos moradores para não saírem de casa e alertou para que os espanhóis não viajem para as regiões afetadas.

 

O serviço meteorológico regional da Catalunha, também na costa mediterrânea, emitiu um alerta vermelho para a área ao redor de Barcelona, alertando sobre ventos fortes e granizo.

 

Mudanças climáticas

 

A Espanha ainda está se recuperando de uma seca severa no início deste ano. Cientistas dizem que o aumento de episódios de condições extremas provavelmente está relacionado às mudanças climáticas.

 

No Brasil, o presidente Lula desejou solidariedade ao povo espanhol e pediu união na luta contra as mudanças climáticas.

 

“As imagens das chuvas na Espanha causam espanto e nos unem em solidariedade aos espanhóis. Até o momento, mais de 60 pessoas morreram após as enchentes no sul e leste da Espanha. Os efeitos da crise climática são devastadores e têm atingido o Brasil e outros países. Precisamos de mais unidade nas ações entre os países do mundo para frear seu avanço”, afirmou Lula em publicação no X.

 

 

Carros empilhados no bairro de La Torre, no sul da cidade de Valencia – Foto Alberto Saiz / AP

 

 

 

Carros empilhados em rua de Valencia após inundação em 30 de outubro de 2024 – Foto AP Foto / Alberto Saiz

 

 

Homem caminha sobre lama em Picanya, perto de Valencia, após região ser atingida – Foto Jose Jordan / AFP

 

 

Temporal destruiu fábrica de móveis na região de Valência, na Espanha – Foto Eva Mañez / Reuters

 

 

*Com informações G1/ Folhapress

 

 

 

 

 

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