Mais de 4 milhões de mineiros foram infectados – Foto Augusto César/G1
Mais de 3 anos depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a Covid-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Mas o status de pandemia está mantido porque doença ainda tem circulação global: na semana passada, matou uma pessoa a cada 3 minutos.
Lula comenta decisão da OMS
Lula ressaltou que o governo federal vai incentivar as campanha de vacinação – Foto Miguel Schincariol/AFP
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou na tarde desta sexta-feira (5) o informe divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que anunciou que está encerrada a emergência da covid-19, declarada há mais de três anos.
“Apesar do fim do estado de emergência, a pandemia ainda não acabou. Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo. E o governo federal irá incentivar a saúde, ciência e pesquisa no nosso país. Irá atuar para preservar vidas”, enfatizou Lula.
Ele ainda fez críticas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente é investigado pela Polícia Federal (PF) em operação que apura a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
“Infelizmente, o Brasil passou da marca de 700 mil mortos pelo vírus. E acredito que ao menos metade das vidas poderiam ter sido salvas se não tivéssemos um governo negacionista. Vidas perdidas pela negação da ciência. Por um governo que não comprou vacinas logo quando foram ofertadas ao país e incentivou o uso de remédios sem comprovação científica”, publicou.
Mais de 4 milhões de mineiros foram infectados
Em mais de três anos de enfrentamento da doença, o balanço em Minas Gerais é de mais de 4 milhões de pessoas infectadas. De acordo com a última atualização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 65.678 mineiros morreram pela doença desde o ano de 2020.
Na avaliação do infectologista Unaí Tupinambás, Minas poderia ter tido resultados melhores. “O Estado enfrentou muitos problemas. No momento em que as taxas de contaminação e mortes estavam altas, havia uma reverberação das atitudes do governo federal, que não eram as mais adequadas”, afirma.
“Houve um momento em que até a imunidade de rebanho foi incentivada, sem base científica nenhuma”, continua o especialista, fazendo menção à ideia de que uma cadeia de transmissão da doença poderia fazer com que a imunidade da população crescesse. A estratégia foi rejeitada pela comunidade científica.
Nota completa da SES-MG
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informa que uma emergência em saúde pública é caracterizada por uma situação que demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, de controle e de contenção de riscos de danos e de agravos à saúde pública.
Em Minas Gerais, com o avanço da cobertura vacinal e as doses de reforço nos grupos mais vulneráveis, não foi observada uma sobrecarga do sistema de saúde nem aumento expressivo de óbitos. Esse padrão se manteve em relação aos atendimentos nos estabelecimentos de saúde e às mortes em decorrência da doença, mesmo durante a sazonalidade de doenças respiratórias.
A Secretaria destaca que mantém o monitoramento contínuo dos casos notificados, internações e óbitos por covid-19 no estado e vem atuando ativamente na coordenação e treinamento dos municípios para estabelecer estratégias eficazes para melhoria da cobertura vacinal, como busca ativa e vacinação extramuro. Além disso, a pasta segue avaliando regionalmente os indicadores tanto de casos novos quanto de internações e, caso seja necessária alguma medida, esta será adotada.
A SES-MG reforça, ainda, que a principal estratégia de prevenção é a imunização, sendo essa a forma mais segura e eficaz de se interromper a circulação do vírus. Sendo assim, quem ainda não buscou a vacinação de reforço contra covid-19 deve procurar a unidade de saúde para ser imunizado.
