Passando por Itaúna, Gasmig inicia obras do Gasoduto Centro-Oeste

4/03/2024 | Centro-Oeste

O pontapé inicial da construção avaliada em mais de R$ 800 milhões foi dado – Foto Dirceu Aurelio / Imprensa-MG

 

 

A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) iniciou, nesta segunda-feira 04/3, em Jautuba, as obras do Gasoduto Centro-Oeste, em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Betim, Divinópolis, Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo são os municípios na rota do projeto do Gasoduto.

 

O pontapé inicial da construção do projeto calculado em mais de R$ 800 milhões foi dado com a presença de prefeitos da região, como o de Itaúna, Neider Moreira, e a perspectiva de aumentar em cerca de 300 quilômetros a extensão do Sistema de Distribuição de Gás Natural da Gasmig, trazendo o gás, pela primeira vez, à região Centro-Oeste.

 

A ação faz parte da ampliação do Sistema de Distribuição de Gás Natural, projeto que promete ser o maior do segmento em quase 15 anos, e que segundo a companhia, deve gerar mais de 15 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos no Estado.

 

Essa extensão deverá atingir aproximadamente 1 milhão de habitantes, ou cerca de 5% da população do Estado. No total, essas cidades respondem por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e 7% do PIB total de Minas Gerais.

 

Segundo a companhia, a iniciativa deverá aumentar em cerca de 300 km a extensão em linhas do sistema, um acréscimo superior a 23% da malha atual.

 

O potencial de consumo de gás natural do projeto é em torno de 230 mil metros cúbicos por dia, com captação estimada de quase 1 mil novos clientes entre indústrias, comércio, segmento veicular – com a captação de novos postos para venda de GNV – e residencial.

 

O início dos trabalhos neste mês foi possível após a aprovação do licenciamento ambiental pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

 

 

Presente no evento de lançamento da obra, o governador Romeu Zema (Novo), participou do momento simbólico de solda do primeiro tubo da construção, prevista para ser concluída no início de 2026.

 

 Romeu Zema participou do momento simbólico de solda do primeiro tubo da construção – Foto Fred Magno/ O Tempo

 

Como vai funcionar

 

Conforme o presidente da Gasmig, Gilberto Valle Moura Filho, os gasodutos serão testados e gaseificados por etapas, possibilitando que o início dos atendimentos aos municípios aconteça antes da conclusão total das obras.

 

“Nós dividimos a licitação em dois lotes, com a Linha Troco e outras cinco Linhas Laterais. As obras da Linha Tronco já estão acontecendo. As das outras linhas, que são menores, ficarão prontas até 2026. Mas a forma como a gente está fazendo permite que as mais próximas de Betim – que é o início da ligação – possam ser entregues à população e aos clientes o mais cedo possível. Esperamos que até meados do ano que vem, a gente já tenha algum cliente ligado a partir desse gasoduto.”

 

Segundo o governo de Minas, no caso da Linha Tronco, quase 90% dos processos de desapropriação de terras estão concluídos e os contratos de uso e ocupação de rodovias foram assinados.

 

Essas obras, especificamente, têm duração estimada de 18 meses. Já para as Linhas Laterais, a expectativa é a de que as intervenções se iniciem no segundo semestre deste ano, uma vez que as desapropriações e assinaturas de termo de utilização e ocupação de rodovias se encontram em fase final de processamento.

 

A Região Centro-Oeste se destaca por polos produtivos tradicionais na economia mineira – Foto Dirceu Aurelio / Imprensa-MG

 

 

 

Expansão para outras regiões

 

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destacou sobre os projetos de ampliação para outras regiões do Estado.

 

“A ideia é que futuramente a gente possa anunciar um gasoduto, no Sul de Minas, saindo de Extrema e chegando a Pouso Alegre. As obras estão sendo orçadas. A expectativa é de atender centenas de empresas e gerar mais empregos para a região. Já a expansão para o Triângulo Mineiro irá depender de outras soluções e alternativas, e a que tem mais viabilidade no momento é um gasoduto saindo de São Paulo e chegando a Uberaba. O projeto ainda está em fase de estudos, mas pretendemos avançar nos próximos meses.”

 

Impulsionamento de outros setores

 

A Região Centro-Oeste se destaca por polos produtivos tradicionais na economia mineira, como os de Vestuário, Calçados e Fundição. Por isso, a expectativa do governo de Minas é que outras regiões e setores também sejam impactados positivamente com o investimento do gasoduto.

 

Como por exemplo: Carmo do Cajuru – cidade reconhecida na produção de móveis; Santo Antônio do Monte – fogos de artifício; Lagoa da Prata – confecção; Córrego Fundo – cachaça e Pará de Minas – avicultura e suinocultura.

 

Sustentabilidade

 

O gás natural é muito utilizado na indústria como fonte de energia e calor para diversos processos, atendendo do segmento metalúrgico ao alimentício.

 

Para o Estado, por se tratar de um combustível com alta produtividade e baixa emissão de poluentes, o combustível fóssil se apresenta como uma solução competitiva que favorece o processo de transição energética, que envolve também o biometano e a energia solar fotovoltaica.

 

O gás ainda pode ser utilizado em residências, especialmente, no aquecimento de casas e para substituir o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. Além disso, também se torna uma alternativa de combustível para automóveis.

 

Neider Moreira e prefeitos da região Centro-Oeste participaram da cerimonia – Foto Dirceu Aurelio / Imprensa-MG

 

 

Grupo Simec espera aumento de competitividade

 

Com unidade industrial em Itaúna, o Grupo Simec, outro grande interessado no projeto, iniciou suas operações no setor siderúrgico em 1969, em Guadalajara, no México.

 

A instalação da empresa no município mineiro resultou de um plano de expansão a novos mercados, que identificou no estado potencial para ampliação dos negócios.

 

A projeção do grupo é a de que o gasoduto não só aumente a competitividade da empresa, mas que também possa ajudar a reduzir a poluição e a emissão de gases para o meio ambiente. A empresa consome, atualmente, 330 mil metros cúblicos de gás por mês.

 

 

 

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