Pedir “lanche” no 190 é ‘senha’ para denunciar violência doméstica

20/03/2023 | Minas Gerais, Polícia

 

Cerca de 60% dos casos relacionados à violência doméstica não tinham registros – Foto  Divulgação/PM

 

 

Ligar para o 190 da PM para pedir pizza, hambúrguer ou até mesmo açaí é um código para mulheres vítimas de violência doméstica. A busca por socorro por meio do que poderia parecer um trote pode evitar tragédias. Militares mineiros estão preparados para identificar as situações de risco e enviar ajuda urgente.

 

O exemplo mais recente ocorreu nessa terça-feira (15), em Salinas, no Norte de Minas. Uma mulher de 42 anos fez a inusitada ligação. Ela sofria agressões e ameaças de morte feitas pelo companheiro, mas não precisou citar nada. Ao telefone, insistiu em pedir uma pizza e passou o endereço da casa. A polícia foi ao local, encontrou a vítima ferida e prendeu o suspeito em flagrante.

 

De acordo com a diretora de Operações da seção de Direitos Humanos e Prevenção da Violência Doméstica, major Jane de Oliveira, os militares que atuam no Centro de Operações (Copom) são treinados para identificar esses casos.

 

“Temos, inclusive, a patrulha especializada. Todos estão habilitados para fazer esse primeiro atendimento. Bienalmente os militares são submetidos ao Treinamento Policial Básico (TPB)”, conta.

 

Segundo a major, diante do aumento dos casos de violência doméstica, novas disciplinas sobre o enfrentamento ao feminicídio – quando a vítima é assassinada por ser mulher – foram incluídas nos treinamentos.

 

A major Jane explica que dados da PM mostram que 60% dos casos relacionados à violência doméstica não tinham registro anteriores. Diante disso, a oficial reforça a importância da denúncia, seja ela em “código” ou não.

 

“Não pode ficar no anonimato, denuncie no 190 ou procure outras autoridades. Temos casos de pedidos de pizza, açaí e hambúrguer. Trotes acontecem e acabam atrapalhando nosso trabalho, mas reforço que toda ligação que atendemos recebe atenção, sendo encaminhada às nossas equipes que estão nas ruas”, reforça a major Jane de Oliveira

 

Por Hoje em Dia

 

 

 

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