Produção de cigarros falsificados é alvo de operação da PF em Itaúna e região

14/11/2023 | Centro-Oeste

No Centro-Oeste de Minas, além de Itaúna, a operação ocorreu em mais 5 cidades – Foto Divulgação PF

 

 

A operação “Illusio”, que desarticulou nesta terça-feira 14/11, uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros, também resultou na apreensão de 11 veículos, sendo 6 deles de luxo, e mais de 3 milhões de maços de cigarros.

 

No Centro-Oeste de Minas, além de Itaúna, a operação ocorreu em mais 5 cidades.

 

A quadrilha aliciava paraguaios para trabalhar em condições análogas à escravidão em fábricas clandestinas no Brasil, segundo a Polícia Federal. Todo o esquema era comandando por um empresário de Barueri (SP) – que foi preso –, com auxílio de pessoas e empresários residentes no Centro-Oeste de Minas.

 

Até o momento, 14 paraguaios em condições análogas à escravidão foram resgatados em Divinópolis e outros 14 em uma fábrica em Nova Lima.

 

Eles devem retornar ao país de origem na próxima quinta-feira 16/11.

 

Dos 24 mandados de prisão, 16 pessoas foram presas – Foto PF Divulgação

 

 

O delegado-chefe da PF em Divinópolis, Daniel Souza Silva, explicou que esse tipo de aliciamento ocorre porque os paraguaios já tinham costume de trabalhar na indústria de tabacos, ou seja, têm conhecimento técnico.

 

“Acaba que eles sabem que vão trabalhar em fábricas clandestinas, mas, na maioria das vezes, quando chegam aqui, eles se deparam com a real situação que vão trabalhar”, disse.

 

Após serem convidados para trabalhar nas fábricas, eles chegam Brasil e são recepcionados pelo responsável da fábrica em alguns pontos como o Brás, em São Paulo – totalizando um percurso de mais de 500 km até chegar a Divinópolis.

 

“Eles são colocados em vans de cargas para camuflar o transporte de pessoas. Eles vêm de olhos vendados, não sabem para onde estão indo. Quando chegam às fábricas, eles ficam sem celulares e eles passam todo o tempo de trabalho, cerca de 30 a 50 dias fechados, trabalhando ininterruptamente, sem sair, sem comunicação”.

 

No Centro-Oeste de Minas, além de Itaúna, a operação ocorreu em mais 5 cidades – Foto Divulgação PF

 

 

Ainda conforme o delegado, o galpão onde eles estavam em Divinópolis era vigiado há pelo menos seis meses. Durante este tempo, a polícia notou que nenhum dos trabalhadores saía da fábrica. Eles eram mantidos dentro do galpão, onde existia um alojamento precário.

 

“Ficavam confinados, trabalhando dia e noite sem parar. Sem contato com família, sem nada. Uma condição bem degradante”, completou Silva.

 

A operação

 

pelo menos 28 paraguaios em condições análogas à escravidão foram resgatados – Foto PF Divulgação

 

 

A operação “Illusio” foi deflagrada nesta terça-feira para desarticular a quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros.

 

Diversos mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas contra pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema. Dos 24 mandados de prisão, 16 pessoas foram presas.

 

Também houve quatro prisões em flagrante (duas por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão e duas por porte de arma), além do cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão em residências, galpões e empresas.

 

 

Operação Illusio em Divinópolis – Foto Valquíria Souza/TV Integração

 

 

No Centro-Oeste de MG, cinco cidades foram alvo

 

Itaúna (MG)

Divinópolis (MG)

Pará de Minas (MG)

Nova Serrana (MG)

Pitangui (MG)

São Gonçalo do Pará (MG)

 

Em Minas 

 

Belo Horizonte (MG)

Nova Lima (MG)

 

Na Bahia

Capim Grosso (BA)

 

Em São Paulo

Barueri (SP)

Carapicuíba (SP)

Indaiatuba (SP)

Osasco (SP)

Santana de Parnaíba (SP)

São Caetano do Sul (SP)

São Paulo (SP)

Taiúva (SP)

 

Amazonas

Manaus (AM)

 

Pará

Nova Ipixuna (PA)

 

Também foi cumprida uma medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, num total de R$ 20 milhões.

 

 

Diversos mandados de prisão, busca e apreensão foram cumprido –  Foto Receita Federal/Divulgação

 

*Com informações do G1

 

 

 

 

 

Veja também