Psicólogo orienta como lidar com os adolescentes com relação a drogas

24/12/2018 | Destaque, Educação, Itaúna

Foto: Nilmar Silva/Psicólogo orienta como lidar com os adolescentes; com relação a drogas

Alisson Eustáquio*

O uso e abuso de drogas nas escolas estão cada vez mais frequentes. Independente se é uma escola pública ou particular. O problema pode atingir todas as pessoas. O psicólogo Nilmar Silva explica como deve ser feita as abordagens e ajuda a esses adolescentes.

A aproximação dos jovens com álcool e drogas, ocorre geralmente, no início da adolescência, quando eles ainda estão em ciclo escolar. Por curiosidade, pela influência de conhecidos ou para se “destacar” em um grupo, esses jovens iniciam o uso de entorpecentes muito cedo e, às vezes, ao redor da própria escola.

Em entrevista ao Jornalismo Santana FM, Nilmar Silva que é psicólogo, professor, filósofo e especialista em educação explica que atrás de uma pessoa que está fazendo o uso de substancia química, existe uma pessoa com sentimentos e que precisa ser escutada.

“Em primeiro lugar é muito importante que a gente faça uma separação entre o aluno e o usuário nesse sentido. Abordar uma pessoa apenas pela categoria de usuários de drogas pode não ajudar muito, aliás pode não ajudar em nada. Para além de alguém que está fazendo o abuso de uma substância química, a alguém com sentimentos que precisa ser escutada sem preconceitos e juízos, e é esse o trabalho do psicólogo em primeiro momento em relação a este tipo de situação. Escutar, orientar se preciso for, mas não julgar”, disse Nilmar.

O psicólogo ainda relata que tudo que nós fazemos é reflexo da nossa vida e que devemos pensar o porque esses adolescentes estão fazendo o uso dessas substancias.

“Em uma análise mais global podemos dizer que tudo que nós fazemos é reflexo da nossa vida. A roupa que nos usamos, o que nos comemos, os lugares que nos frequentamos e inclusive o uso e abuso de substâncias. Assim esse uso ou abuso podem sim ser reflexo do que acontece no nosso dia a dia. Mas a gente precisa ter muito cuidado e não fazer correlações simplicistas ou culpar as pessoas. A questão envolve investigação pois uma criança que está usando excessivamente algum medicamento para estabilizar o seu humor por causa de indisciplina pode também está sofrendo em casa e em outros espaços e vivendo essa indisciplina como sintomas. Então uma das questões muito importante para a gente poder pensar é justamente essa. Porque que uma pessoa faz o uso dessas substâncias? O uso não é à toa, como nenhuma das nossas ações na nossa vida é sem um motivo, sem uma razão. É essa investigação através de um tratamento clínico por exemplo é que vai ajudar que a pessoa identifique quais são os motivos desse uso e faça essa análise da continuidade ou não. No caso de crianças e adolescentes um cuidado ainda maior. Quando eu falo crianças por exemplo pode ser o uso de medicamentos e adolescentes pode ser o uso ou abuso das drogas”, relata o especialista.

Nilmar ressalta a importância de nos preocuparmos mais com a pessoa do que com o problema que ela passa. Também explica que devemos ter cuidado ao abordamos algum adolescente para que ele se sinta confortável para conversar.

“Primeiro preocuparmos mais com a pessoa do que com o fato dela está fazendo o uso e abuso de drogas. Isso não significa que o uso ou abuso não é preocupante, mas é a gente preocupar mais com a pessoa, com o que está acontecendo com a vida dela de modo geral e não a tratar única e exclusivamente por essa questão. O que a gente percebe as vezes é uma atenção moralista demais sobre a droga e o esquecimento que o uso nunca é em vão. Ou seja, sem uma razão, as pessoas acabam criando um motivo ou tendo algum motivo para fazer o que fazem. Nós nos relacionamos com as coisas, aí a gente pode pensar nas drogas, no dinheiro, no sexo, na vida amorosa, de uma forma mais ou menos intensa de acordo com o momento que nos vivemos. Então em primeiro lugar tentar suspender os juízos e julgamentos já facilita muito para abertura do outro. Porque se a gente aborda uma pessoa, sem juízo e sem moralismo dificilmente essa pessoa vai se sentir confortável para poder falar o que está acontecendo com ela. Segundo, existe demandas que são profissionais, procure um bom psicólogo e encaminhe para um tratamento”, conclui Nilmar.

*Estagiário supervisionado por Paloma Guimarães

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