Com todas as 853 cidades de Minas Gerais sob alerta de chuva intensa e possibilidade de ventos de até 100 km/h nesta quarta-feira 03/1, os mineiros podem se preparar para ainda mais água pelo menos pelos próximos quatro dias.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta para dois fenômenos diferentes que deverão deixar nuvens “estacionadas” sobre o Estado até o domingo 07/1.
Em entrevista ao jornal O Tempo, A meteorologista Anete Fernandes, do Inmet, explica que a chuva que atinge a Grande BH e boa parte do interior de Minas é decorrente da formação de um canal de umidade entre a região Amazônica e as regiões Centro-Oeste e Sudeste.
O fenômeno é comum para o período chuvoso (que vai de outubro a março), mas não teria ocorrido durante a primavera de 2023, que foi bastante seca.
“Esse início de verão começa com cara de situação chuvosa. Então o estabelecimento desse fluxo de umidade é que está mantendo essa quantidade de nuvens e a condição favorável para chuva a qualquer hora. Mas hoje (quarta) já começa também a configuração de uma área de baixa pressão no litoral da região Sudeste, o que vai manter esse fluxo de umidade direcionado para Minas”, explica.
A partir desta quinta 04/1, tem início a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (Zacas), fenômeno que mantém uma grande área de nebulosidade sobre o Sudeste e parte do oceano Atlântico.
“Onde essa banda de nebulosidade se posiciona, a gente tem condição para chuvas praticamente contínuas por pelo menos quatro dias consecutivos. E é o que vai acontecer aqui, mais especificamente no Centro e Norte de Minas Gerais”, detalha a especialista.
Com isso, Belo Horizonte e região metropolitana deverão ter chuvas pelo menos até sábado 06/1, quando as nuvens devem começar a diminuir no entorno da capital mineira. O domingo já deve ser de céu nublado com períodos mais abertos, ainda conforme Anete.
“No Norte de Minas, até domingo, podemos esperar um tempo mais fechado, com chuvas praticamente contínuas. Isso alivia um pouco a questão da seca e, por ser uma chuva diferente das pancadas de verão, que são rápidas, temos uma maior infiltração no solo e recuperamos nossos reservatórios”, concluiu a meteorologista.