Uma pessoa foi presa e outras 30 são investigadas suspeitas de integrar a organização criminosa que produzia sabão em pó falsificado no Centro-Oeste de Minas. A informação foi divulgada pela Polícia Civil durante entrevista coletiva, em Divinópolis, nesta terça-feira (15). A Polícia Civil estima que o grupo conseguia na operação um lucro livre de R$ 3 milhões.
Uma operação realizada na segunda-feira (14) resultou na apreensão de 300 toneladas de sabão em pó falsificado, milhares de caixas de papelão da marca OMO e equipamentos de produção em Itaúna, Divinópolis e São Gonçalo do Pará. A Polícia Civil informou, a princípio, que seria cerca de 200 toneladas.
De acordo com a corporação, o grupo é o mesmo que atuava em Nova Serrana e foi alvo de duas apreensões no ano passado. As investigações seguem para identificar os responsáveis pela produção – entre elas a gráfica que produzia os rótulos falsificados – e distribuição dos produtos falsificados.
A Unilever, empresa responsável pela marca OMO, se manifestou por meio de nota.
“Essa organização criminosa, a principio, atuava na cidade de Nova Serrana. Contudo, após atuação da Polícia Civil e por duas vezes da Polícia Militar (PM) essa organização deixou de atuar em Nova Serrana e se rearticulou para fazer a operação ilícita em Divinópolis e São Gonçalo do Pará, visando dificultar a atuação da polícia. Essa organização dividiu a produção em galpões distintos”, explicou.
Ainda segundo o delegado, um galpão localizado em Divinópolis era utilizado como depósito do sabão em pó. Outros três galpões em São Gonçalo do Pará eram utilizados para armazenar as embalagens falsificadas e insumos, e para fazer o procedimento de colocar o sabão nas caixas.
“Esse sabão em pó vinha todo do Estado da Bahia, de uma empresa registrada. Aqui ele recebia a embalagem falsificada da marca OMO, da empresa Unilever. Então, a Policia Civil, através das investigações, conseguiu desarticular toda essa cadeia de produção inicial”, disse o delegado.
Com relação ao rótulos falsificados do sabão, a polícia disse que o material vinha do Estado de São Paulo. A empresa responsável por essa produção também é alvo de investigação.
Prisão
Segundo Wesley, o gerente do galpão de estocagem onde ficava o sabão em pó falsificado foi detido e teve a prisão ratificada pelos crimes de falsificação de produto destinado a saneamento, lavagem de dinheiro e também organização criminosa.
“Temos, inicialmente, que cerca de 30 pessoas estejam envolvidas nesta organização na parte de produção. Todas essas pessoas que participavam da produção são oriundas de Nova Serrana, porque o objetivo era que ninguém de São Gonçalo do Pará tivesse conhecimento desses fatos”, acrescentou.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações irão continuar para que sejam identificados todas as pessoas envolvidas na organização criminosa, bem como quem eram os responsáveis por distribuir estes produtos falsificados no mercado.
Sabão em pó falsificado
Além do sabão em pó falsificado, foram apreendidas seis carretas, dois caminhões, três empilhadeiras, três betoneiras e três esteiras de produção.
“Foram apreendidas, aproximadamente, 300 toneladas de sabão em pó falsificado. A princípio, seriam produzidos em média, 37 mil caixas por dia com a vasão de 30 toneladas ao mês e um lucro livre estimado em R$ 3 milhões às pessoas que produziam esse material”, destacou o delegado Wesley de Castro
No ano passado, duas apreensões de sabão em pó falsificado foram realizadas na região, ambas em Nova Serrana. Na primeira, em junho, mas de 50 toneladas foram apreendidas. Em agosto, a apreensão foi de 25 toneladas.
Nota da Unilever
Em nota, a empresa Unilever informou que a OMO acompanha de perto as investigações de todos os casos de falsificação dos quais é vítima e que coopera com as autoridades policiais sempre que solicitada.
A empresa enviou ainda algumas orientações de sinais que podem ajudar o consumidor a identificar casos suspeitos de falsificação de produtos.
Por fim, a empresa disse que o consumidor pode relatar os casos suspeitos para análise e orientação entrando em contato pelo site ou pelo telefone 0800-707-9977.
Por G1