A auxiliar de Tributação lotada na Secretaria Municipal de Gestão Fazendária de Pará de Minas, Alcídia Maria de Jesus Sousa está presa em Brasília, após participar do ato terrorista de bolsonaristas radicais que invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, no último domingo 08/1.
A Prefeitura informou que a servidora cumpria folga compensatória por trabalho nas Eleições 2022 e que vai apurar a conduta e medidas administrativas cabíveis.
O nome da servidora consta em uma lista divulgada com mais de mil pessoas presas após o ato terrorista em Brasília. A relação foi divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap-DF), após decisão da Justiça.
De acordo com a portaria n°18.146, publicada pela Prefeitura em janeiro de 2021, Alcídia, que já exercia atividade na Secretaria de Fazenda, foi promovida para o cargo de coordenador técnico. Ela está como servidora do Município desde 2019.
A reportagem não conseguiu informações sobre a defesa da servidora. Por isso, não foi possível ouvi-la.
Em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal para saber sobre as providências tomadas, mas as ligações não foram atendidas até a última atualização desta matéria.
O que diz a Prefeitura
“A respeito da servidora pública municipal detida em Brasília, conforme relação publicada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal no portal seape.df.gov.br, por causa das manifestações políticas do último domingo, 8 de janeiro, a Prefeitura de Pará de Minas informa que está apurando sua conduta e avaliando as medidas administrativas cabíveis.
A servidora estava em gozo de folga compensatória pelo trabalho no 1º e no 2º turno das últimas eleições e deveria ter retornado às suas funções na administração municipal hoje, 12 de janeiro. Essa e outras eventuais faltas serão descontadas do seu salário.
A Prefeitura de Pará de Minas repudia os atos ocorridos no Distrito Federal e espera que os valores democráticos prevaleçam na nação brasileira, de forma a permitir o desenvolvimento do país com paz, justiça social e exercício responsável da cidadania”.
Atos terroristas em Brasília
Bolsonaristas radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto no domingo, em Brasília. Os participantes dos atos terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
Policiais militares tentaram conter os golpistas com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Imagens do local mostram que um veículo da Força Nacional caiu no espelho d’água do Congresso.
O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia é sem precedentes na história do Brasil. O prejuízo ao patrimônio público está calculado em ao menos R$ 3 milhões apenas na Câmara dos Deputados, que junto com o Senado Federal compõe o Congresso Nacional.
Intervenção na Segurança Pública do DF
Após a os atos terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) determinou a intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro.
Até então a pasta era comandada por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, que foi exonerado ainda no domingo. A Advocacia-geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Torres.
Na madrugada de segunda-feira (9), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). O político admitiu falhas na segurança da sede dos Três Poderes, mas não se considerou o único culpado pela invasão e depredação cometidas pelos terroristas.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um e-mail para receber denúncias e informações sobre os terroristas que praticaram os atos de vandalismo. As informações podem ser enviadas para [email protected].
Com informações do G1