Um homem de 40 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (10) após se apresentar à Delegacia de Carmo de Cajuru. Luciano Delino Barbosa é suspeito de estuprar e engravidar uma adolescente de 13 anos. Ela deu à luz em julho de 2018 a uma menina.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Weslley Amaral de Castro, o inquérito foi instaurado após o nascimento da bebê, que nasceu no sétimo mês de gestação. Um exame de DNA requerido pela Justiça confirmou a paternidade. O suspeito é irmão do padrasto da vítima.
Weslley Amaral informou que, após ter se apresentado, o suspeito negou ter praticado o abuso e afirmou que não visitava a casa da garota. Ele estava acompanhado de uma advogada, cujo nome não foi informado pelo delegado à reportagem. Por isso, não foi possível obter outras informações por parte da defesa.
O homem foi encaminhado para o presídio Floramar em Divinópolis e indiciado pelo crime de estupro de vulnerável. Se condenado poderá pegar até 15 anos de prisão. Mas a pena pode ser aumentada em até dois terços devido a gravidez da vítima.
Outro possível envolvido
Durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, o delegado da Polícia Civil informou que um adolescente, de 17 anos, filho do suspeito, também estaria envolvido no estupro e que o contexto familiar foi utilizado para a consumação dos abusos.
O filho do suspeito atualmente mora na Espanha com a mãe e estava em Carmo do Cajuru no período de férias quando o abuso ocorreu.
Ainda segundo o delegado, durante o início das investigações, a suspeita era de que o pai da criança fosse um terceiro suspeito, um adolescente de 15 anos. Contudo, durante o inquérito, constatou-se que a menina manteve relacionamento e relações sexuais de forma consensual com ele.
“As apurações iniciais apontavam que o pai da criança seria um adolescente de 15 anos, mas ao longo das investigações, verificou-se que a adolescente havia sido vítima de abusos sexuais cometidos pelo homem e pelo filho dele, um adolescente de 17 anos”, acrescentou o delegado.
O delegado Weslley afirmou que a Polícia Civil está avaliando uma forma de fazer contato com a Polícia Internacional (Interpol) para que o adolescente seja extraditado da Espanha e possa responder por ato infracional análogo ao crime de estupro.
A investigação revelou que a adolescente ficava sozinha em casa por boa parte do dia, já que a mãe e o padrasto saíam para trabalhar. O suspeito ia até a residência da vítima, junto ao filho, e abusava da menina.
Em depoimento, a vítima afirmou que o filho do suspeito a segurava e a amordaçava, enquanto o homem mantinha relações sexuais com ela. A adolescente afirmou que o suspeito “trocava de posição” com o filho quando terminava o abuso, que ocorreram por três vezes entre o final de 2017 e o início de 2018.
O delegado revelou que, além dos abusos sexuais, o suspeito ameaçava a vítima e seus familiares para que ela não o denunciasse.
“As investigações persistirão para se apurar uma eventual conivência dos familiares da vítima [com o abuso], ou ainda a prática do crime de abandono de incapaz”, revelou.