Após dois dias de greve, o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTaque) anunciou, na noite desta sexta-feira (26/02), que a paralisação está suspensa no estado. Representantes da entidade estiveram reunidos com membros do governo de Romeu Zema (Novo) e receberam a promessa de que um diálogo será iniciado na próxima semana.
O comunicado foi feito pelo presidente do SindTaque, Irani Gomes, que participou da reunião com dois secretários do governo estadual: de Governo, Igor Eto, e de Planejamento e Gestão, Otto Levy. A promessa feita aos tanqueiros é de que na próxima semana será marcada outra reunião para que o Executivo estadual e o sindicato sigam negociando.
“Acabamos de sair de uma reunião com o governo a qual fomos recebidos pelos secretários de Governo e de Planejamento. Mediante compromisso do governo, a categoria decidiu suspender a greve e voltar às suas atividades. Colocamos nosssos pleitos e na próxima semana será marcada data para que a entidade possa se reunir com o governo e dar sequência a essa pauta”, afirmou Irani Gomes, presidente do Sindtanque-MG.
A categoria pede uma redução na alíquota do ICMS sobre o diesel. “Esperamos que o governo possa olhar para essa categoria, tão sofrida devido ao aumento do óleo diesel, que representa mais de 60% no valor do frete”, completou.
O SindTaque estima que 3 mil condutores aderiram ao movimento grevista. Os tanqueiros pedem que o estado reduza a alíquota do ICMS cobrada de 15% para 12%, taxa praticada em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Na quinta-feira (25/02), a categoria organizou um protesto. Cerca de 200 caminhões fizeram uma carreta que partiu das imediações da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, até a Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual.
O governo de Minas argumenta que as recentes variações do combustível não são decorrentes do ICMS, mas da política de preços da Petrobrás. Por enquanto, o Executivo também descarta baixar a tarifa alegando a crise financeira enfrentada pelo estado.
“No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota. A Secretaria de Fazenda esclarece ainda que o ICMS corresponde a 31% para gasolina, 16% para o etanol e 15% para o diesel, do preço total dos combustíveis”, diz a nota.
Em 18 de fevereiro, a Petrobras autorizou o quarto rejuste do ano. Desde janeiro, a gasolina acumula alta de 34,78%, enquanto o diesel está 27,72% mais caro.
GOVERNO
O governador Romeu Zema (Novo) afirmou na noite desta sexta-feira (26/2) que sua equipe vai se reunir com os líderes do movimento dos transportadores de combustíveis para buscar um senso comum. Ele se manifestou depois que longas filas se formaram nos postos, acarretando a falta de combustíveis para a população na Grande BH e em várias cidades do estado.
“O governo assume o compromisso de instalar já na próxima semana um grupo de trabalho em nossa equipe, em conjunto com representantes das entidades ligadas à cadeia do combustível, para a busca de uma solução dialogada e efetiva para as questões levantadas”, afirmou Zema.
Por Uai