O ônibus urbano registrou queda de quase 25% na demanda de passageiros nos últimos 4 anos no Brasil. Os dados fazem parte do Anuário 2022-2023 da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos divulgado esta semana.
Segundo o levantamento, entre 2019 e 2022, houve uma queda de 24,4% no número de passageiros que utilizam o sistema.
Traduzindo o índice, 8 milhões de deslocamentos de passageiros por dia, em média, deixaram de ser realizados no período analisado. Em 2019, no período pré-pandemia, eram em torno de 33 milhões de viagens por passageiros pagantes por dia, número que caiu para 25 milhões no ano passado.
O anuário aponta até uma reação no aumento de passageiros transportados por ônibus em 2022, quando comparado com 2021, pouco mais de 12%, mas sem ainda chegar aos níveis pré-pandemia. Dentre os fatores que contribuíram para a diminuição da demanda do transporte público coletivo, destacam-se as políticas de incentivo ao transporte individual, o surgimento do transporte por aplicativo, a intensificação do trabalho home office e de hábitos de consumo como o e-commerce.
Os indicadores analisados no Anuário foram calculados tendo como base as redes de transporte público por ônibus, que operam tanto no sistema municipal quanto metropolitano em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Salvador e Goiânia. Essas regiões metropolitanas representam 9 dos maiores sistemas do tipo no país, concentrando cerca de 32,5% da frota nacional e pouco mais de 34% da demanda de passageiros transportados.
O transporte público realizado por ônibus possui atualmente uma frota de 107 mil veículos e é responsável por cerca de 90% das viagens de transporte coletivo no Brasil.
Em Itaúna, sistema enfrenta um déficit
A queda no número de passageiros em Itaúna reflete uma tendência observada em outras cidades e foi agravada pela pandemia.
A falta de reajustes adequados na tarifa e a falta de investimento na frota têm gerado uma crise no setor. Um estudo conclui que a tarifa de ônibus deveria ser de R$ 6,52 para evitar déficit.
O Engenheiro Renato Guimarães, professor do CEFET-MG, acompanhado pela gerente de trânsito, Cíntia Valadares estiveram na reunião da Câmara Municipal no dia 18/7, debatendo o transporte público em Itaúna.
Cálculos realizados apresentados na reunião, apontam que a tarifa atual do transporte coletivo em Itaúna, proposta pela concessionária Viasul e subsidiada pela Prefeitura, é de R$ 6,52, o que representa uma diferença de R$ 1,52 em relação ao valor pago pelos usuários.
Segundo informado, o sistema enfrentaria um déficit de R$ 2 milhões nos anos de 2023 e 2024. Atualmente, o déficit acumulado é de R$ 14,2 milhões.
Estudo conclui que a tarifa de ônibus deveria ser de R$ 6,52 para evitar déficit
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