Vacinas contra a varíola dos macacos (ou monkeypox) podem começar a chegar no Brasil a partir de setembro. O Ministério da Saúde encomendou 50 mil doses do imunizante, mas não pretende promover uma imunização em massa num primeiro momento.
As doses devem chegar no país via Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O Ministério espera receber duas remessas nos meses de setembro e novembro, com 21 mil e 29 mil doses, respectivamente. As informações foram apresentadas nesta sexta-feira (29) por dois secretários da pasta.
A recomendação é imunizar trabalhadores da área de saúde, principalmente os que têm contato com amostras, e pessoas que tiveram contato com pacientes infectados.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros, à princípio, não deve haver campanha de vacinação. Ele destacou que a varíola dos macacos não é uma doença nova, além de seu índice de letalidade e transmissibilidade ser diferente e menor do que nos casos de Covid-19.
Ainda segundo Medeiros, o Brasil conta com apenas quatro laboratórios de referência para fazer os diagnósticos da doença, mas há previsão de expansão pelo país. Ele prevê um treinamento nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) pelo país, mas não apresentou cronograma deste ponto.
O secretário explicou que a pasta já pediu insumos, que são produzidos em um instituto no Paraná, “para garantir diagnóstico definitivo para todos os 27 Lacens, bem como um treinamento neste sentido”.
Casos e cronograma no Brasil
O Brasil tem 2.176 casos notificados de casos de varíola dos macacos: 1.066 confirmados, 513 suspeitos, além da primeira morte confirmada nesta sexta-feira (29), conforme o mais recente balanço do Ministério da Saúde.
Com a confirmação do primeiro caso fatal, o Ministério da Saúde anunciou, na tarde desta sexta, a instalação de um Centro de Operação de Emergências (COE) para monitorar a doença no Brasil.
A ideia é montar um plano de contingência, com análise da situação, logística para diagnóstico, prevenção, protocolos assistenciais, formação e capacitação e comunicação sobre o vírus.
A medida foi apresentada como uma das ações de vigilância que serão implementadas no país após a confirmação da primeira morte pelo vírus no Brasil, que também a primeira fora do continente africano.
Por O Tempo