MG terá fábrica do hormônio que controla taxa de açúcar no sangue – Foto Ricardo Stuckert / PR
Vinte anos depois, uma empresa brasileira vai voltar a fabricar no país a insulina, hormônio que ajuda na redução da glicemia no sangue. E a produção vai ser na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Na cidade de Nova Lima, o presidente Lula participou, nesta sexta-feira 26/4, da inauguração da fábrica da Biomm, que vai atender quase 2 milhões de brasileiros. Lula defendeu o crescimento da indústria da saúde no país e os benefícios que ela traz à população.
A produção da Biomm deve atender a demanda das pessoas com diabetes e que dependem do hormônio no tratamento. Nosso país tem mais de 15 milhões de pacientes adultos com essa condição, de acordo com o Atlas da Federação Internacional de Diabetes. Isso torna o Brasil um dos países com maior incidência da doença.
Para a retomada da produção nacional, a fábrica vai ter investimento de R$ 800 milhões. Com isso, o governo espera que a produção seja suficiente para atender o SUS, além de gerar emprego, renda e investimento no país. A nova unidade deve gerar 300 vagas de empregos diretos e mais de mil, indiretos.
A nova planta de produção tem capacidade para fabricar 20 milhões de refis de insulina Glargina por ano e canetas de aplicação do hormônio. Também pode fazer, segundo o governo, 20 milhões de frascos de outros medicamentos.
Ainda durante a inauguração, a empresa Biomm assinou um protocolo de intenções com a Fiocruz, para desenvolver um programa de produção de medicamentos para o tratamento de doenças metabólicas para o SUS.
Lula se emociona e chora ao falar de bisneta com diabetes
Presidente se emocionou ao relembrar da amizade com o ex-ministro Walfrido – Foto Fernando Michel / Hoje em Dia
O presidente Lula se emocionou ao falar sobre a bisneta de sete anos que sofre com diabetes tipo 1. Além disso, o mandatário se comoveu ao relembrar da amizade com o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, conselheiro administrativo da Biomm, farmacêutica responsável pela fábrica.
Durante o discurso, o presidente valorizou a iniciativa da nova fábrica, que terá capacidade de produzir 20 milhões de unidades de insulina glargina por ano. Lula relembrou da bisneta que sofre com diabetes e se emocionou ao agradecer Walfrido e a toda Biomm.
“Não tratem apenas como uma fábrica de insulina, é a consolidação de um sonho. É muito mais do que uma fábrica. A minha bisneta vai te agradecer. Cada coisa que ela come, ela tem que controlar. Então, falo para ela: essa figura simpática [Walfrido dos Mares Guia] aqui vai dar tranquilidade para você viver mais tempo do que eu”, destacou Lula.
Walfrido foi ministro de Turismo durante o governo Lula, em 2003. Visivelmente emocionado, o presidente disse que o conselheiro “é uma das pessoas mais extraordinárias” que já conheceu.
“Eu quero que você saiba que você é para mim mais que um irmão, é um companheiro daqueles que me arrependo de só ter conhecido depois dos 50 anos. Se eu tivesse conhecido mais cedo, quem sabe eu tivesse aprendido um pouco com sua inteligência?”, se emocionou Lula.
Lula: ‘Nova Lima será vista pela produção de vida’
Presidente Lula falou durante o evento de inauguração da fábrica em Nova Lima – Foto Fernando Michel / Hoje em Dia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Nova Lima não será mais conhecida “só pela retirada do minério” após a chegada da farmacêutica Biomm, que vai produzir uma insulina de longa duração capaz de atender a demanda da saúde pública e privada.
Insulina glargina
Produzida por meio da técnica de DNA recombinante, a glargina é uma variedade de insulina com duração de até 24 horas, maior que a humana. Pode ser aplicada sem horário pré determinado, e apenas uma vez ao dia, favorecendo um estilo de vida mais flexível aos pacientes, sem uma rotina tão rígida.
Eficaz na redução dos quadros de hipoglicemia, o medicamento pode ser usado por pessoas com diabetes tipos 1 e 2.
Apesar de já ser comercializada pela própria Biomm no Brasil, por meio de parceria com uma empresa chinesa, a insulina tem alto custo de importação.
