Médico foi contratado para a unidade do Bairro Icaraí, em julho de 2021 – Foto Prefeitura de Divinópolis/Divulgação
O médico Jânio Candido Rosa Junior, de 37 anos, flagrado abusando de um paciente de 22 anos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já foi preso por crime sexual contra pacientes em pelo menos quatro cidades do Centro-Oeste de Minas.
Ele foi preso preventivamente em outubro de 2023 em Divinópolis, mas foi solto em dezembro do mesmo ano através de um alvará de soltura concedido pela justiça.
Há um mandado de prisão em aberto de 30 de janeiro por outra importunação sexual cometida pelo médico, dessa vez em Belo Horizonte.
A Polícia Civil informou nesta segunda-feira 15/4, que o inquérito instaurado em Nova Serrana, foi relatado à justiça em 6 de novembro de 2023, com o indiciamento do suspeito pelo crime de violação sexual mediante fraude.
Denúncias no Centro-Oeste de MG
O médico foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de Nova Serrana, em maio de 2023, após uma paciente denunciar que havia sido abusada por ele durante um atendimento na UPA.
No decorrer das investigações, foram descobertas também vítimas em Divinópolis, São Sebastião do Oeste e Cláudio.
Em outubro de 2023, o profissional foi preso no Bairro Niterói, em Divinópolis. Na ocasião, o advogado do médico, Michael Wagner Guilhermino, afirmou que “considerava arbitrária a prisão de Jânio e que a inocência do médico seria provada no decorrer da instrução criminal”.
Denúncia em Santa Luzia
Profissional foi flagrado fazendo movimentos de masturbação em paciente – Foto Reprodução/Google StreetView
Segundo a Polícia Militar, o paciente chegou a UPA de Santa Luzia por volta das 13h da última sexta-feira 12/4, se queixando de dores na perna.
Ele foi atendido pelo médico por volta das 16h e contou que o suspeito fechou a porta e começou a apalpar pernas, virilha e abdômen.
Depois disso, o médico pediu que a vítima abaixasse as calças e, alegando que iria passar uma pomada, começou a masturbá-la.
Uma funcionária da unidade, que estranhou a demora, olhou por debaixo da porta e flagrou o abuso.
A vítima chegou a questionar o médico sobre o procedimento, que respondeu “ser normal”. Após ser flagrado, o profissional de saúde saiu da sala e fugiu da unidade, sem dar satisfações e deixando o carro para trás.
Em nota, a Medplus, empresa terceirizada responsável pela contratação, disse que recebeu a notícia “com surpresa e repúdio” e que o médico não tinha nenhuma restrição na época que foi contratado, em outubro de 2023.
Completou dizendo que o profissional foi suspenso assim que tomaram conhecimento da denúncia, pois repudia atos como este, reiterando o compromisso com a ética e o profissionalismo.
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso.
O que é importunação sexual?
“É a prática, sem consentimento, de ato libidinoso contra alguém com o objetivo de satisfazer os seus prazeres sexuais ou de terceiros. Nós podemos citar a famosa encoxada, o beijo roubado, passar as mãos nas partes íntimas, tudo isso é crime”, informa a delegada Karine Tassara, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Belo Horizonte.
Pena: de um a 5 anos de reclusão, com possível aumento dependendo da gravidade do caso. “Importante lembrar que caso o suspeito seja preso em flagrante por importunação sexual, não cabe fiança na sede da delegacia. O suspeito será encaminhado para o sistema prisional até a audiência de custódia, quando o juiz determinará se ele ficará preso”, explica Tassara.
*Com informações G1
