
Moraes ressalta que ataques a Justiça Eleitoral não são liberdade de expressão – Foto Sergio Lima/AFP
Último a votar na sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta sexta-feira (30), o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a decisão final do julgamento dará uma resposta sobre a confiança que o Brasil pode ter em sua democracia. O TSE já formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e deixá-lo inelegível por 8 anos.
“[o que está em discussão] é a repulsa ao degradante populismo dos discursos de ódio que propagam desinformação divulgada por milicianos digitais, se esse viés autoritário é o que nós queremos para a nossa democracia. A resposta confirmará nossa fé na democracia”, disse Moraes.
A ação que está em julgamento foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) questionando um evento ocorrido em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, quando o então presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, reuniu embaixadores e falou contra o sistema eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas. O evento foi transmitido pelo canal de tv público do governo federal.
Moraes disse não ter dúvidas do caráter eleitoral da reunião
“[Foi] um monólogo eleitoreiro. Quando se coloca que o público-alvo eram embaixadores, ora, isso é hipocrisia ou ingenuidade. Isso foi feito não só para que a TV Brasil divulgasse, mas para que a máquina das redes divulgasse, para que se chegasse no eleitorado”, e completou.
“Basta assistir o vídeo, basta ler a transcrição de reunião para ver que nenhuma peça relacionada à política externa foi analisada nesta reunião. O desvio de finalidade foi patente. Começa com uma autopromoção, que foi militar, que gastou tanto na campanha, veja, qual o interesse das relações internacionais nisso? Depois parte para a divulgação de mentiras. Não são opiniões possíveis, são mentiras”, concluiu Alexandre de Moraes.